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Reajuste do gás será trimestral

19/01/2018

Fonte: O Tempo

A Petrobras anunciou que passará a reajustar o valor do gás de cozinha a cada três meses, em vez de todo mês, alterando a política de preços que vigorou entre junho e dezembro do ano passado.

De acordo com a Petrobras, a mudança visa “suavizar os repasses da volatilidade dos preços ocorridos no mercado internacional para o preço doméstico”.

Segundo a política em vigor até então, a estatal reajustava os valores de acordo com as cotações do butano e do propano (gases usados para fazer o gás de cozinha) no leste europeu, além de uma margem de lucro para a estatal. Isso provocou uma explosão no preço do produto, que subiu, no ano passado, 67,8% nas refinarias para envase em botijões de 13 quilos, usado em residências.

Para o consumidor final, o gás ficou 16% mais caro em 2017, segundo o IBGE, e foi um dos vilões do orçamento dos brasileiros no ano passado. Quem mais sentiu o impacto foram os moradores de Recife, onde o aumento foi de 33,52%, enquanto em Curitiba a variação foi de 5,28%. Aumento maior do que esse, só em 2002 (34%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo).

Novo preço. A partir desta sexta (19), o preço do GLP será reduzido em 5% nas refinarias, com base em novos critérios definidos pela Petrobras. A estatal estima que o preço médio de GLP residencial sem tributos comercializado nas refinarias será equivalente a R$ 23,16 por botijão.

“A Petrobras acredita que estes novos critérios permitirão manter o valor do GLP referenciado no mercado internacional, mas diluirão os efeitos de aumentos de preços tipicamente concentrados no fim de cada ano, dada a sazonalidade do produto. A referência continuará a ser o preço do butano e propano comercializado no mercado europeu, acrescido de margem de 5%”, afirmou.

Agora, os reajustes serão feitos todo dia 5 do início de cada trimestre – o próximo, portanto, deverá ocorrer em 5 de abril. Além disso, o período de apuração das cotações e do câmbio que definirão o ajuste será a média dos doze meses anteriores ao período de vigência e não a variação mensal, como era feito anteriormente.

Outra mudança é a necessidade de autorização do Grupo Executivo de Mercado e Preços (formado pelo presidente da Petrobras e por diretores) para reajustes acima de 10%. O grupo também pode decidir não aplicar um reajuste integralmente, caso ele seja muito elevado, e alterar a data do aumento (ou queda) do preço.

Se o reajuste não for passado integralmente, as diferenças acumuladas em um ano serão ajustadas pela Selic (a taxa básica de juros) e compensadas por meio de uma parcela fixa acrescida ou deduzida aos preços praticados no ano seguinte.

De novo

A partir desta sexta. A Petrobras anunciou um novo reajuste para os combustíveis, com aumento de 0,80% no preço da gasolina nas refinarias e alta de 0,70% no do diesel.

Decisão de mudar política do GLP foi empresarial

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a decisão de reduzir a volatilidade dos ajustes do gás de cozinha é estritamente empresarial e que visa suavizar as variações de preço, mas, ao mesmo tempo, manter a paridade com o preço internacional.

Ele negou que a mudança no GLP de 13 kg se caracterize como subsídio. “Como utilizamos a referência internacional, não enxergamos subsídio”, afirmou o executivo em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira (18). Parente informou que não existem planos de mudar também os ajustes diários da gasolina e do diesel, assim como do GLP industrial, que continuarão obedecendo a política implantada em julho do ano passado, que prevê o acompanhamento e repasse diário dos preços.

Ele ressaltou que a alta do preço do petróleo foi uma surpresa “até para os mais experientes analistas”, mas que a Petrobras não é a única responsável pela elevação desses produtos nos postos de abastecimento. “A grande parte é tributo e margem dos postos, vamos mostrar depois o que isso significa para a Petrobras”, declarou.

Cessão onerosa. Pedro Parente ainda descartou completamente a hipótese levantada por alguns relatórios de bancos de que a empresa teria que pagar ao governo no encontro de contas que está sendo feito sobre a cessão onerosa – área no pré-sal da bacia de Santos vendida à empresa em 2010 em uma troca indireta de ações da estatal. “Não há hipótese da Petrobras pagar, não vamos pagar”, afirmou.

Sindigás reivindica ajuste no industrial

Rio de Janeiro. A diferença entre o preço do GLP residencial e o GLP industrial ficará ainda maior depois que a Petrobras anunciou na quinta-feira uma nova política de preços para o primeiro produto, alertou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello.

Ele reivindica que a Petrobras crie também uma política de preços para o GLP industrial, que, segundo ele, é vendido pela Petrobras com ágio de 28% em relação ao preço internacional para a indústria e comércio brasileiros. “Depois desse anúncio, o GLP industrial deve estar uns 40% mais caro que o GLP residencial, e é a mesma molécula, não faz sentido isso”, disse Mello.

Ele informou que, apesar da alta de preços, o consumo do GLP residencial subiu 1,77% nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2017, enquanto o GLP industrial teve queda de 1,44%.

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