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Refinarias são insuficientes no país

06/04/2015

Em recente pronunciamento, a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriand, alertou para o risco de o Brasil não mais investir o indispensável para a implantação de refinarias do petróleo e ampliar a capacidade das existentes, o que aumentará, consequentemente, a dependência das importações dos derivados do óleo fóssil.

No seu governo, o presidente Lula determinou a construção de quatro unidades de refino: Abreu Lima, no Recife; Comperj, no Rio de Janeiro; Pre-mium I, no Maranhão; e Premium II, no Ceará. Contudo, a implementação de tais projetos não acontece, ainda, com exceção da refinaria Abreu Lima, que produz os derivados, em escala limitada ao seu dimensionamento, embora a custos elevadíssimos. Quando foi aprovada, Abreu Lima estava estimada em US$ 2,5 bilhões. Contudo, já consumiu mais de US$ 20 bilhões, tornando-se antieconômica e inviável, situação agravada pela atual diminuição do preço do barril do petróleo e dos subprodutos no mercado mundial.

Outra assertiva da dirigente da ANP é que a agência não recebeu nenhuma consulta ainda para a construção das refinarias Premium I e II, o que contraria a legislação do petróleo. Conforme as estimativas do jornal O Estado de S.Paulo, nos próximos 10 anos, o Brasil terá que trazer do exterior mais de 1 milhão de barris de derivados do petróleo, a cada dia, correspondendo ao dobro do que importamos atualmente.

O início da refinação do petróleo no Brasil data de 1932, com a destilaria Sul-Rio-Grandense, instalada na cidade de Uruguaiana, processando matéria prima oriunda da Argentina, com a capacidade de 25m3/dia. Em 1972, os seus proprietários negociaram-na coma Petrobras e teve encerradas as suas atividades.

Em 1936, outra pequena refinaria, em São Caetano do Sul (SP), com a capacidade de 80m3/dia iniciou as atividades, pertencendo às indústrias Matarazzo. Em 1972, a concessão foi negociada com a nossa principal empresa do estado. Também, em 1936, passou a operar a refinaria Ipiranga, no Rio Grande do Sul, refinando 160m3 diários. Em 1950, o CNP iniciou o funcionamento da refinaria de Mataripe, na Bahia, processando 400m3/dia. Mais tarde, essa indústria refinadora foi batizada de Landulpho Alves, elevando o seu potencial para 800 m3/ dia.

Com a criação da Petrobras, em 1953, e instalação do monopólio, a cargo do governo, a refinaria baiana passou a processar petróleo nacional, extraído dos campos de Candeias. Outro marco relevante foi a instalação da refinaria União, em Santo André (SP), em 1954, com capacidade inicial de 3 mil m3/dia. Vinte anos após a inauguração, foi incorporada à Petrobras, passando a denominar-se Refinaria de Capuava (Recap).

A Refinaria de Manguinhos (RJ) surgiu em 1954; Presidente Bernardes (Cubatào/SP), em 1955; em fins de 1956, a Refinaria de Manaus (Reman); em 1961, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro; em 1968, a Refinaria Gabriel Passos (Re-gap), em Betim (MG); Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS); em 1972, iniciou as atividades a Refinaria de Paulínia (Replan), em Paulínia (SP). No começo de 1976, entrou em operação a Refinaria

Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR). Em 1980, há 35 anos, começava a produção a última e mais moderna refinaria construída na nação a REVAR em São José dos Campos (SP), com a capacidade de 26 mil m3/dia.

Salientamos que o Brasil, em 1986, tinha a 12a capacidade de refino mundial, com 13 refinarias instaladas de petróleo, funcionando regularmente. Com o aproveitamento das fontes energéticas alternativas, notadamente do etanol, o parque de refino da Petrobras necessitou fazer constantes modificações. Hoje, processa em torno de 2 milhões de barris/diários, produzindo: gasolina, GLR nafta, querosene, asfaltos e óleos combustíveis.

Diante da atual conjuntura da limitação do parque de refino da Petrobras e falta de investimentos em novas refinarias, o país corre o risco da insuficiência de oferta dos derivados do petróleo, acarretando a crescente majoração das importações, que não param de evoluir, ante o crescimento considerável do uso dos derivados, notadamente dos destinados aos veículos automotores.

Com o início do aumento do percentual da mistura do álcool anidro à gasolina (27%), as vendas do etanol atingiram 1,1 bilhão de litros, na primeira quinzena de março. Enquanto isso, as vendas da gasolina somaram perto de 4 bilhões de litros, o que poderá agravar, mais ainda, a situação do abastecimento dos combustíveis no Brasil, frente à insuficiência do parque refinador da Petrobras.

Extraído do Portal Abegás

Fonte: Correio Braziliense

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