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Stone ajusta proposta pela Linx

30/10/2020

Fonte: Valor Econômico

A Stone anunciou ontem um prêmio para o acionista da Linx se ele aprovar a proposta de incorporação da empresa em assembleia marcada para 17 de novembro: um acréscimo de R$ 0,50 ao valor inicialmente oferecido pelas ações da Linx. A nova proposta avalia cada ação a R$ 32,06 e representa 89,5 milhões a mais na oferta da Stone pela empresa, de R$ 6,4 bilhões. Se não vier essa aprovação dia 17, o prêmio perde validade.

Além disso, a Stone também abriu mão da multa que havia colocado para a deliberação dos acionistas da Linx sobre todas as etapas de sua proposta. Antes, se os acionistas recusassem a operação, a Linx pagaria R$ 112,5 milhões à Stone para reembolsá-la de custos incorridos na oferta. Semana passada, a B3 informou à Linx que a multa para a decisão de acionistas sobre a listagem ou não da nova empresa no Novo Mercado, uma das etapas, infringia as regras.

As demais multas, R$ 453 milhões e que incidem no caso da desistência das empresas em levar adiante a operação ou se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não aprová-la, permanecem.

Depois de muitas queixas de acionistas sobre a governança da proposta da Stone, por conta das multas e do acordo de não competição fechado com os fundadores, a empresa já fez outros ajustes. Reduziu o valor das penalidades, elevou a oferta duas vezes e renegociou os termos de acordo com os fundadores, alongando prazos.

Alguns acionistas ainda se queixaram de que esse acordo de não competição, considerado por alguns como um prêmio de controle para os fundadores, permanece. Porém, desde a primeira revisão da proposta da Stone, em setembro, esse acordo deixou de ser condição essencial da operação. Ele é uma negociação privada entre os fundadores e a Stone, que entende que mantê-los de fora da competição é relevante para o negócio.

De qualquer maneira, se o acionista quiser votar contra a proposta da Stone por questões de governança, pode agora fazê-lo sem a incidência de multa. A maioria dos acionistas ouvidos pelo Valor entende que os ajustes e principalmente o dinheiro oferecido pela Stone vão falar mais alto. “A Stone levou essa”, diz um deles.

A empresa só não leva, avaliam outros acionistas, se a Totvs apresentar uma nova oferta, concreta, de preferência também em dinheiro, e que supere a da concorrente. A proposta atual da Totvs envolve a troca de ações. “Para a Totvs entrar no jogo, vai ter que aumentar bem o preço”, diz um investidor.

O comitê independente da Linx, formado pelos conselheiros João Cox e Roger Ingold, divulgou toda a análise feita das propostas de Stone e Totvs, com a comparação ponto a ponto de cada item. Permaneceu o entendimento de que a oferta da Stone supera a da Totvs. A assembleia com esta recomendação foi mantida para dia 17.

Na avaliação do comitê, assessorada por BR Partners e Ulhoa Canto, do ponto de vista econômico, considerando todas as sinergias potenciais apresentadas pela Totvs, as propostas se equivalem. No entanto, do ponto de vista financeiro, a operação com a Stone confere maior segurança aos acionistas, uma vez que será paga de imediato, 90% em dinheiro. A implementação da operação com a Totvs possui “maior nível de incertezas” – a SEC ainda não efetivou o formulário F4 da companhia. Além disso, houve a avaliação de que as estimativas da Totvs de sinergias de despesas operacionais, receita e ágio embutem expectativas “acima da média de mercado”.

Também ontem, a Stone divulgou seus resultados no terceiro trimestre deste ano. O lucro líquido ajustado ficou em R$ 287,9 milhões, com alta de 42,6% em relação ao terceiro trimestre de 2019. O lucro mais que dobrou em relação ao segundo trimestre – período mais crítico da pandemia – com uma elevação de 133%.

O volume de pagamentos processados (TPV, na sigla em inglês) atingiu nível recorde, de R$ 69,7 bilhões, com crescimento de 114% na comparação anual. O CEO Thiago Piau destacou em comunicado: “Após dois anos como companhia aberta, estamos orgulhosos em comunicar uma performance histórica no terceiro trimestre de 2020, com recordes de TPV, base de clientes ativos, receitas e lucro, apesar dos desafios trazidos pela covid”.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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