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Venda de veículos registra forte queda em março e no 1º trimestre
03/04/2020
Fonte: Valor Econômico
Com apenas dez dias de interrupção no licenciamento como consequência da covid-19, a venda de veículos registrou forte queda em março. O volume de emplacamentos – 163,5 mil unidades – representou queda de 21,78% na comparação com o mesmo mês de 2019. Foi o pior resultado para o mês de março em 14 anos, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave)
No acumulado do ano, a venda de 558 mil veículos também registrou queda, de 8,15% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Foi o pior resultado para um primeiro trimestre em dez anos, segundo a Fenabrave.
Os números referem-se aos emplacamentos realizados até a terceira semana de março. Desde então, o processo foi interrompido porque grande parte das concessionárias fechou e também porque as unidades do Detran interromperam o trabalho, seguindo orientações das autoridades para o isolamento necessário ao combate da covid-19.
A Fenabrave, que representa as concessionárias, entrou com pedido de uma série de medidas a governos municipais, estaduais, federal e bancos. Ao governo federal, foi pedida linha de crédito do BNDES e desoneração da folha de pagamentos e encargos, além de postergação de pagamento de tributos por 120 dias. A entidade também pediu a bancos liberação de crédito para compra de máquinas agrícolas sem registro das cédulas em cartório.
Aos Estados, foi solicitada suspensão de pagamento do IPVA. Além disso, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, diz que a entidade também já encaminhou a governadores e prefeitos pedido de permissão para as lojas reabrirem. Segundo ele, as concessionárias “estão preparadas para receber consumidores com higiene e segurança”. “Deixem-nos abrir e nós iremos atrás dos clientes”, diz.
O dirigente afirma que ainda não é possível revisar as projeções para o ano pela falta de previsibilidade dos impactos ao final do período de quarentena.
Segundo Assumpção Júnior, as 7,3 mil concessionárias do país “estão segurando a situação como podem”, por meio da antecipação de férias e banco de horas.
“Sabemos que a prioridade é a saúde da população, mas, não aguentaremos mais 30 dias de estagnação”, destacou. O setor emprega 315 mil trabalhadores. “Nosso intuito é manter a mão de obra especializada, mas, para isso, precisamos de fôlego financeiro”