Em outubro, o preço médio da gasolina nos postos do Brasil registrou uma leve alta de 0,32% em comparação com setembro, chegando a R$ 6,36, mesmo após a redução de 4,9% no preço do combustível para as distribuidoras, anunciada pela Petrobras e em vigor desde o dia 21 de outubro.
Já o etanol registrou leve queda de 0,23% no mesmo período, recuando ao preço médio de R$ 4,40. Os números são da mais recente análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa.
Por que a queda da Petrobras ainda não chegou?
A discrepância entre a política de preços da produtora e o valor final nos postos é um fenômeno recorrente. Segundo Renato Mascarenhas, diretor de rede abastecimento da Edenred Mobilidade, a resposta está na logística e na gestão de estoques da gasolina.
“Mesmo com o anúncio de redução da Petrobras no preço da gasolina no fim de outubro, os preços nos postos ainda não refletiram esse movimento. Isso acontece porque o repasse leva algum tempo, dependendo do giro dos estoques e da atualização das tabelas pelas distribuidoras. A tendência, então, é que o efeito dessa queda comece a aparecer para o consumidor final nas próximas semanas.”
Essa janela de tempo significa que, no balanço de outubro, o mercado sentiu o efeito dos custos anteriores, resultando na alta percentual de 0,32% para a gasolina, enquanto o etanol, menos atrelado às flutuações do petróleo, ofereceu um pequeno respiro.
Disparidades regionais
Analisando a distribuição geográfica, o cenário fica ainda mais complexo. Segundo a pesquisa da TicketLog, a maioria das regiões do país acompanhou a média nacional de alta para a gasolina, mas com exceções notáveis:
- Norte: Foi a única região a registrar queda (-0,15%), mas ainda detém a maior média de preço do país (R$ 6,82).
- Sudeste: Apresentou estabilidade, com média de R$ 6,21, sendo o menor valor médio nacional.
- Sul: Liderou a alta, com um aumento de 0,80%, chegando a R$ 6,33.
Etanol e as variações estaduais
O etanol, por sua vez, contrariou a estabilidade geral com movimentos mais bruscos em certas áreas. Apesar da queda nacional de 0,23%, o Centro-Oeste viu um forte aumento de 1,81% (média de R$ 4,50). O Nordeste foi a exceção com queda (-0,20%).
No detalhe estadual, Goiás viu a maior alta (+4,09%), enquanto São Paulo manteve-se como o estado com o etanol mais competitivo (R$ 4,21), mesmo com alta de 0,72% no mês. O Amazonas segue com o etanol mais caro do país (R$ 5,47).
Minas registrou maior queda na gasolina
Para o motorista que viaja pelo país, o bolso sentiu mais em determinados estados:
- Gasolina mais cara: O Acre manteve-se no topo, com média de R$ 7,43 (queda leve de 0,13%).
- Maior alta da gasolina: O Rio Grande do Norte sofreu o maior impacto, com alta de 1,93% (média de R$ 6,35).
- Gasolina mais barata: A Paraíba registrou o menor preço médio (R$ 6,13).
- Maior queda da gasolina: Minas Gerais viu a maior redução (-0,95%), chegando a R$ 6,28.
Etanol sustentável x Gasolina mais vantajosa
Mesmo com a pequena elevação nacional da gasolina em outubro, o combustível fóssil manteve a vantagem econômica em boa parte do território nacional, especialmente no Nordeste e Sul.
Contudo, Mascarenhas lembra a importância contínua do etanol:
“Mesmo com a pequena alta nacional, a gasolina seguiu como o combustível mais vantajoso para os motoristas na maior parte do país… Mesmo assim, o etanol mantém um papel importante: por emitir menos poluentes, é uma opção mais sustentável e alinhada aos objetivos de descarbonização do transporte.”
