Quais os diferenciais do etanol de segunda geração?
O Brasil é um dos países que mais se destaca em relação ao uso de fontes de energia renováveis. Mais de 80% da eletricidade é produzida por usinas hidrelétricas, 80% da frota de carros é composta de veículos flex e cerca de 20% a 25% do litro de combustível usado para transporte é etanol de produção doméstica.
Ao analisar esses números, não é surpresa alguma ter sido o nosso país o primeiro a desenvolver o etanol de segunda geração. Mais eficiente e mais barato, essa novidade promete revolucionar o mercado nos próximos anos.
Quer descobrir mais sobre esse combustível, desde sua forma de produção até suas vantagens para o consumidor? Então não perca o nosso post de hoje!
O que é o etanol de segunda geração?
O etanol de segunda geração — também conhecido como etanol de celulose ou etanol 2G — foi desenvolvido no estado do Paraná e vem ganhando espaço em usinas em todo o Brasil nos últimos anos. Por utilizar resíduos da cana-de-açúcar e do milho, a produção desse combustível consegue reduzir a formação de dejetos e aumentar a eficiência da linha de produção, extraindo mais combustível da matéria-prima.
Como o etanol de segunda geração é produzido?
O processo de produção é basicamente o mesmo do etanol comum: uma matéria-prima rica em glicose é submetida a fermentação bacteriana para converter o açúcar em etanol. No Brasil, a matéria-prima mais comum é a cana-de-açúcar, rica em glicose, mas também em celulose, um carboidrato que compõem a estrutura fibrosa da cana e que as bactérias fermentadoras não conseguem utilizar.
A grande inovação foi a criação de uma sequência química com substâncias ácidas ou enzimáticas que permite a hidrólise da celulose em açúcares que as bactérias conseguem fermentar. Assim, o material que antes era desperdiçado, ou seja, o bagaço da cana, agora também pode ser convertido em álcool, gerando o etanol de segunda geração.
Além do bagaço de cana-de-açúcar, é possível usar outros materiais, como palha de trigo e restos de milho e beterraba, que antes eram desperdiçados.
Quais as vantagens desse combustível?
Como agora é possível gerar mais etanol a partir da mesma quantidade de cana, a usina pode produzir mais sem que isso acarrete grandes aumentos no custo. Consequentemente, o preço do etanol, em tese, fica mais barato, reduzindo custos tanto para os postos de combustível quanto para o consumidor final.
Além disso, o uso de materiais que antes eram considerados dejetos reduz o impacto ambiental da usina e as críticas quanto ao uso de alimentos para a produção de combustível, já que permite uma maior produção de etanol com uma quantidade menor de produtos agrícolas.
É necessário trocar algum equipamento do posto para vender o etanol 2G?
Não. Como não há diferença entre o etanol produzido pela caldo da cana-de-açúcar atualmente e o produzido pelo bagaço, não é necessário mudar nada no posto de combustível ou nos motores dos veículos, garantindo a segurança de todos.
O que falta para o etanol 2G chegar ao mercado?
Apesar do processo químico de produção do etanol de segunda geração já ter sido criado e colocado em prática, as etapas estão sendo aprimoradas e aperfeiçoadas para aumentar ainda mais a taxa de rendimento e permitir a utilização de outros produtos vegetais como matéria-prima.
Assim, o que está faltando é produzir o etanol 2G em escala suficiente para suprir parte do mercado.
E você, gostou de saber mais sobre o etanol de segunda geração? Quer continuar se informando sobre o assunto? Então confira agora quais são os desafios para o etanol no Brasil.