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Gasolina sobe em BH e postos cobram mais de R$ 7

14/01/2022

Fonte: O Tempo

Em alguns postos de combustíveis de Belo Horizonte, a gasolina já passa dos R$ 7. A reportagem percorreu postos da capital nesta quinta-feira (13) e registrou preços nesse patamar em estabelecimentos no Belvedere e ao longo da avenida Nossa Senhora do Carmo, na região Centro-Sul, por exemplo. Com o novo aumento anunciado pela Petrobras, em prática desde esta semana, a tendência é que mais estabelecimentos se aproximem e até ultrapassem o valor, na perspectiva de analistas do mercado.

A alta de 4,85% da gasolina nas refinarias implica um aumento de cerca de R$ 0,11 na bomba, segundo a Petrobras, e, na prática, anula a pequena queda de preço médio do combustível que havia sido registrada em BH de novembro a dezembro.

O administrador do site de pesquisa de preços Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, pondera que passar dos R$ 7 ainda é uma barreira que os postos tentam evitar. O site fará nova pesquisa de preço na próxima semana, mas Abreu estima que, agora, o preço médio voltará pelo menos ao patamar de R$ 6,94, registrado pelo Mercado Mineiro em novembro e que caiu no mês seguinte. “Quando o consumidor vê a gasolina a R$ 6,80, R$ 6,90, ainda acho caro, mas dentro de um parâmetro. Quando ela passa para R$ 7,05, R$ 7,10, como temos visto em alguns postos, infelizmente, se todos passarem essa barreira será difícil segurar, porque é aumento em cima de aumento”, diz.

O presidente da Associação de Motoristas por Aplicativos de Minas Gerais (Asmopli), Sérgio Nascimento, pondera que a chuva nas últimas semanas ajudou a atrair passageiros, porém o mês de janeiro, que já costuma ser fraco, tende a achatar ainda mais o lucro dos motoristas, com a nova alta dos combustíveis. “A gente nem se assusta mais com os aumentos, a esta altura. Saímos para trabalhar memorizando os postos com R$ 0,05 mais baratos, porque qualquer centavo hoje está fazendo diferença”, diz.

Levantamento do Estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG, divulgada no início deste mês, mostra que a elevação da gasolina foi um dos fatores que mais aumentou o custo de vida na capital, que sofreu uma inflação de 9,36% em 2021. “Se o consumidor estivesse com dinheiro, poderia já estar acomodado com esses preços, mas agora não tem de onde tirar”, avalia o administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

Leia mais: A gasolina vai baixar? Especialistas projetam preços para 2022

Diesel pressiona fretes e sindicato de tanqueiros reage

O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) lançou nota contra o aumento do diesel anunciado pela Petrobras, que supera o da gasolina e chega a cerca de R$ 0,27 na bomba, após uma alta de 44,6% nacionalmente no último ano. Por ora, o sindicato, que promoveu greves que pararam rodovias em 2021, diz não ter intenção de cruzar os braços novamente.

“Hoje, considerando o diesel e outros insumos, trabalhando com déficit de 30% a 35% no preço do frete, já que gastamos mais. Vamos procurar meios para amenizar o impacto desse novo aumento, seja tentando que o contratante do serviço pague ou pedir redução da alíquota de mais impostos ao governo”, diz o presidente do sindicato, Irani Gomes. Após pressões dos caminhoneiros, o governador Romeu Zema (Novo) reduziu um ponto percentual da alíquota sobre o diesel no ano passado e cobrança passou de 15% para 14% sobre o preço do combustível.

Prejudicado pelas chuvas que atingiram o Estado e bloquearam rodovias, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), que reúne transportadores desde alimentos a material de construção, por exemplo, prevê um aumento de pelo menos 4% do frete com a nova alta do diesel. “No final das contas, quem paga é consumidor final, porque o diesel está no ônibus, nos geradores, nos tratores do agronegócio”, destaca o presidente da entidade e vice-presidente da a Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Gladstone Lobato.

Nesta semana, duas empresas de ônibus em BH informaram que deixarão a capital, afetando 26 linhas, sob a justificativa de um “colapso” em meio às altas. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) afirma que a nova alta do diesel pode aumentar a tarifa do transporte público em 2,2% ao redor do país.

Cenário incerto de 2021 deve manter combustível nas alturas

Dependente do preço internacional do barril do petróleo e das variações de câmbio no Brasil, a gasolina e o diesel não devem ter queda significativa ao longo do ano, ainda que não passem por tantas altas quanto em 2021, avalia o sócio da empresa consultora do setor Raion Consultoria Eduardo Melo.

“Não há indicativo de queda. Na medida em que se construa um cenário de recuperação econômica e controle da pandemia no mundo, o cenário é valorização do barril do petróleo. Por outro lado, quando falamos em câmbio, o movimento fica instável enquanto nos aproximamos do período eleitoral”, conclui.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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