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Menor crescimento global deve reverter o super ciclo de alta de commodities

18/04/2022

Fonte: Estadão 

José Roberto Mendonça de Barros

Nesta semana a invasão da Ucrânia pela Rússia completa cinquenta dias, ainda sem horizonte para terminar.

A brutalidade sem fim já gerou uma catástrofe humanitária e uma enorme destruição.

Mesmo que um cessar-fogo seja obtido em até 30 dias (do que não se tem ainda nem sinal), os custos do conflito já ocorridos e ainda a ocorrer, bem como a permanência das sanções por um longo período, levarão o mundo a uma brusca desaceleração do crescimento.

Isso será resultado direto das crises de energia, de alimentos e de outras commodities, que mantêm acesas as pressões inflacionárias e a necessidade da consequente elevação nos juros, começando pelos Estados Unidos.

Simultaneamente, o fechamento de regiões inteiras na China vai reduzir de forma relevante seu crescimento e contribuir para que os fluxos de oferta global sigam conturbados. O país crescerá menos que 5%.

A OMC abriu o caminho e reviu a expansão do PIB global para 2022, de 4,1% para 2,8%. Todas as grandes organizações deverão seguir essa tendência.

O crescimento de 2023 será muito menor, com recessão em muitas regiões, o que pode atingir, inclusive, a Europa. O mesmo medo já incomoda vários analistas americanos.

A menor absorção global deverá reverter o super ciclo de alta de commodities, especialmente no petróleo. É esperado que a produção irá se elevar em vários lugares, como nos Estados Unidos e no Brasil. Além disso, países como a Arábia Saudita têm certa capacidade ociosa. Menos PIB, menor a demanda de petróleo.

No caso dos alimentos, dependemos muito do tamanho da safra de 2022 no Hemisfério Norte, dado que os estoques globais estão baixos. Com produção normal, os preços tenderão a desinflar um pouco, o que se reforça com o menor crescimento por todos esperado.

Parece que a grande festa das commodities tem hora para terminar.

 

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.