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Moagem de cana-de-açúcar do Centro-Sul salta e deve superar até novembro toda safra 20/21; produção de etanol avança
28/11/2023
A moagem de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil somou 34,77 milhões de toneladas na primeira quinzena de novembro, avanço de 32% na comparação com o mesmo período do ano passado, na medida em que o setor vem registrando produtividades elevadas e caminha para concluir uma safra histórica em 2023/24, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) publicados nesta segunda-feira.
A produção quinzenal de açúcar da principal região produtora do país atingiu 2,19 milhões de toneladas, aumento de 30,9% na mesma comparação, enquanto a fabricação de etanol do Centro-Sul avançou 28,9%, para 1,64 bilhão de litros.
No acumulado da safra 2023/24, a moagem de cana-de-açúcar atingiu 595,4 milhões de toneladas, alta de 15% na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, o que coloca o Centro-Sul na rota de superar, ainda neste mês, a moagem registrada na temporada 2020/21, último ciclo em que o setor não viu quebra de safra por clima.
“No ritmo atual, parece certo de que ao término do mês de novembro a cana-de-açúcar processada na região centro-sul terá ultrapassado a marca de 605 milhões de toneladas (de 2020/21)”, afirmou a Unica.
A associação de usinas do Centro-Sul notou ainda que, ao término da primeira metade de novembro, a moagem excedeu em 9,24 milhões de toneladas àquela que fora observada nesse mesmo período em 2020.
Em momento em que marca o início da entressafra para muitas empresas, a Unica disse que o processamento das unidades nos próximos meses, até o término da safra (fim de março), servirá “de incremento” à marca de 605 milhões de toneladas.
“Permanece, contudo, a dúvida de quanto será possível as unidades produtoras alongarem seu período de operação, sem que o aumento das chuvas prejudique a colheita e, não menos importante, sem exaurir o tempo necessário para uma adequada manutenção de entressafra — o que traria possíveis quebras no ano seguinte”, disse em relatório.
A Unica não costuma fazer projeção de safra. Mas algumas consultorias privadas já apontaram que o centro-sul vai ter uma moagem recorde em 2023/24, assim como uma máxima histórica na produção de açúcar, uma vez que usinas destinaram mais a matéria-prima para a produção do adoçante.
Em outubro, a consultoria Datagro projetou uma moagem de 624,5 milhões de toneladas em 2023/24. A StoneX previu 623,6 milhões de toneladas.
Um maior número de empresas ainda está em operação em relação ao mesmo período do ano passado, quando muitas usinas já tinham encerrado a safra. Até primeira quinzena, 50 unidade já tinham finalizado a temporada, versus 121 no mesmo período do ciclo anterior.
“O número de unidades paralisadas é superior nos Estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso — relativo ao número de usinas que operam nessas regiões — do que São Paulo e Mato Grosso do Sul. Não por acaso, esses dois últimos obtiveram o maior crescimento na moagem na última quinzena em função dessa condição.”
A Unica citou dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) sobre a produtividade agrícola, com 77,5 toneladas por hectare colhido em outubro, aumento de 14,5% em relação ao ano de 2022. No acumulado do atual ciclo agrícola, o indicador atinge 89,3 ton/ha (+21,3%).
Com maior destinação de cana para a produção de açúcar — mix de 49,4%, versus 46% no acumulado da safra passada — a fabricação do adoçante totalizou 39,41 milhões de toneladas na temporada até a primeira quinzena de novembro, alta de 23,10%.
Produção de etanol
Já a produção de etanol saltou 10,95%, para 28,6 bilhões de litros, contando também com o impulso da fabricação do combustível a partir do milho.
Mais recentemente, a competitividade do etanol hidratado frente a gasolina melhorou em vários Estados, ajudando nas vendas das usinas.
Na primeira quinzena de novembro, as vendas de etanol totalizaram 1,26 bilhão de litros, aumento de 10,83% em relação ao mesmo período da safra 22/23.
O volume comercializado de etanol anidro (produto que é misturado à gasolina) no período foi de 486,43 milhões de litros, queda de 2,28%, enquanto o hidratado registrou venda de 775,76 milhões de litros, alta de 21%.