Notícias
Preço médio da gasolina comum em BH é o mais caro entre as capitais do Sudeste
18/07/2024
Levantamento da Itatiaia com base na pesquisa de preço da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), feita entre 7 e 13 deste mês, mostra que o preço médio da gasolina comum em Belo Horizonte supera os valores do combustível em São Paulo, Vitória e Rio de Janeiro, capitais do Sudeste.
A ANP pesquisou os preços em 40 postos da capital mineira. O valor médio do litro da gasolina comum ficou em R$ 6,17. O menor preço R$ 5,87 e o mais caro R$ 6,69.
Pesquisa do site Mercado Mineiro feita em 201 postos de combustível de Belo Horizonte apontou, no começo desta semana, que o litro da gasolina comum teve reajuste de 6,19% (equivalente a R$0,37 por litro) após aumento anunciado pela Petrobras na última semana.
São Paulo, Vitória e Rio
O levantamento da ANP foi feito em 209 postos. O preço médio de revenda da gasolina comum ficou em R$ 5,64, o mais barato R$ 4,69 e o mais caro R$ 7,97.
O Rio de Janeiro teve 83 estabelecimentos pesquisados, com o preço médio da gasolina R$ 5,78. O maior valor encontrado foi R$ 7,79 e o menor R$ 5,29.
A pesquisa no Espírito Santo ocorreu em 12 postos e encontrou os seguintes valores: R$ 5,91(preço médio); R$ 5,65 (menor preço) e R$ 6,29 (mais caro).
Aumento
O preço da gasolina deixa motoristas de Belo Horizonte na bronca. Alguns condutores dizem que o reajuste no preço após o anúncio da Petrobras chega a R$ 0,50, valor que supera a previsão inicial de R$ 0,15 a R$ 0,20. Taxistas, motoristas de APP e demais profissionais do volante são os mais impactados. Alguns deles estão aumentando a jornada de trabalho para diminuir o impacto no orçamento.
“Agora (o preço) já chegou a R$ 6,49. Mas há pouco tempo a gente pagava R$ 5,89, R$ 5,60. A gente tem que tentar adequar. Às vezes ficar um pouco mais na rua, para conseguir fazer um pouco mais de dinheiro e a conta fechar”, disse o taxista Alfredo Nunes.
Adriano Oliveira também é taxista e já fez as contas do impacto no orçamento. “Gastava R$ 100 por dia de combustível, mas agora passou para R$110, R$120. Você coloca isso em 30 dias ou 26 dias, com folga aos domingos, é um valor bem alto. Eu agora trabalho aos domingos. Não tenho folga”, disse.
Presidente do Minaspetro, sindicato que representa donos de postos de Minas Gerais, Rafael Macedo explica que vários fatores são considerados para a consolidação do valor final na bomba, como concorrência e também o preço do etanol.
“É o posto brigando pelo cliente final e a concorrência fazendo o seu papel. O posto, inclusive, perdeu margem nesse movimento. E é muito essa busca de cliente mesmo e a concorrência, que é muito grande, pois temos 500 praticamente na região metropolitana que estão se digladiando pelo cliente na ponta de final”, destacou Rafael, que ainda aponta o etanol como um dos culpados pela elevação do preço da gasolina.
“Se a gente pegar o histórico do etanol anidro, que é 27% na gasolina, o etanol anidro tem cinco semanas de altas consecutivas, quase 20% de aumento, e que não estava sendo percebido na gasolina, em plena safra. Então, assim, de fato o que a gente tem visto é o produtor de etanol, às vezes, se aproveitando desse aumento na gasolina para recompor as suas margens também. Então, a gente tem que ficar muito de olho com relação à cadeia como um todo”, explicou.