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Preços dos combustíveis estão pressionados e devem aumentar

26/07/2024

Fonte: Estado de Minas

Com o aumento do dólar em relação ao real e a recuperação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, os preços dos combustíveis continuam pressionados no Brasil e a Petrobras deve fazer novos reajustes até o fim deste ano, mesmo com o crescimento da produção de petróleo no país. Esse contexto levou a estatal a reajustar os preços da gasolina em 7,11% nas refinarias no início deste mês, com alta de R$ 0,20 no valor do litro comercializado para as distribuidoras e um aumento no gás liquefeito de petróleo, deixando sem aumento o valor do óleo diesel. No momento do reajuste, os valores da gasolina estavam 17% abaixo da cotação internacional e os do diesel, 13%. Sem alteração substancial no cenário, o preço do diesel e da gasolina continuam pressionando e novos reajustes devem ocorrer.

As conclusões são de um estudo da Hedgepoing Global Markets, especializada em gestão de risco, inteligência de mercado na cadeia global de commodities agrícolas e de energia. “O cenário à frente parece desafiador, visto que o preço do petróleo deve permanecer elevado e, mesmo com a perspectiva de corte de juros nos EUA, o real não tem se apreciado frente aos riscos fiscais que o país apresenta”, afirma a Hedgepoing em artigo divulgado esta semana. A empresa ressalta que o Brasil é dependente de importações, com os preços internacionais impactando o mercado doméstico.

De acordo com a Hedgepoing, algumas commodities energéticas não tiveram aumentos expressivos entre o ano passado para agora, como o próprio valor do petróleo, que está 3% mais caro. “No entanto, o dólar cresceu mais de 17% no mesmo período, sendo o principal fator para o aumento dos custos de importação do país observados nas últimas semanas”, reporta a consultoria. Mas as projeções indicam que neste segundo semestre, mesmo com uma possível redução do dólar, em função da queda dos juros nos Estados Unidos, o valor do petróleo seguirá em alta.

A projeção da Agência Internacional de Energia, o preço médio do barril de petróleo, hoje na casa de US$ 82, deve subir para US$ 89 até o fim do ano. Por um lado, esse valor maior contribuirá para melhorar o saldo da balança comercial brasileira este ano, favorecendo uma redução no câmbio, mas, por outro lado, pressionará os preços dos combustíveis no Brasil, que estão defasados em relação à paridade internacional. Para a Hedgepoing, embora a Petrobras, que detém quase a totalidade do refino no país, busque minimizar o repasse dos custos do petróleo e seus derivados, “novos ajustes podem ser inevitáveis”.

Um dos principais problemas no Brasil é o fato de o país ser hoje um dos grandes exportadores de petróleo, destinando cerca de 30% da produção ao mercado internacional e integrar a Opep+, e ao mesmo tempo precisando importar cerca de 14% da demanda. Isso ocorre porque, “as refinarias brasileiras não foram projetadas para processar o tipo de petróleo extraído em território nacional, exigindo importações para alcançar o rendimento ideal na produção de produtos derivados do petróleo”. Esse fator desequilibra a autossuficiência em produção de petróleo, suficiente para atender a toda a demanda do Brasil e ainda para exportar, mas que precisa importar óleo.

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