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Gasolina, diesel e biodiesel devem ter demanda maior em 2025, projeta StoneX
20/12/2024
O consumo de gasolina C (vendida nas bombas, com adição de etanol hidratado) e óleo diesel B (com adição de biodiesel) devem crescer em 2025, em razão de uma economia mais acelerada e do fortalecimento do consumo interno destes combustíveis. O biodiesel também deve ter a demanda mais elevada no ano que vem, ao passo que o etanol hidratado deve apresentar recuo.
Os dados fazem parte das projeções da empresa de inteligência de mercado e consultoria StoneX, divulgados nesta semana. Segundo as estimativas, o consumo de gasolina no país no ano que vem deve ser de 45,9 milhões de metros cúbicos, alta de 3,4% na comparação com 2024, que deve encerrar com 44,4 milhões de metros cúbicos vendidos.
A consultoria destaca, ainda, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) segundo os quais as vendas de gasolina C chegaram a 3,8 milhões de metros cúbicos em outubro, o melhor valor desde agosto de 2023 e 3,9% acima do verificado no mesmo mês no ano passado.
Com isso, as projeções indicam que o volume de vendas de gasolina C em 2025 tende a se aproximar do recorde da série histórica, registrado em 2023.
“O aumento do fluxo de veículos leves tem favorecido a demanda por gasolina nos últimos meses, com esse cenário devendo se prolongar ao longo de 2025 em meio também a uma paridade menos desfavorável para o fóssil frente o observado este ano”, diz a StoneX, em relatório.
Menor moagem de cana-de-açúcar
Por outro lado, o consumo de etanol hidratrado recuaria 3,6% em 2025, o que corresponderia a 20,5 milhões de metros cúbicos no ano que vem (uma queda de 700 mil metros cúbicos). O motivo, aponta a StoneX, é a possível menor moagem de cana-de-açúcar na safra 2025-2026, fruto de um canavial mais envelhecido ante 2024.
Outro fator que pode puxar a queda da demanda por etanol são os preços, afirma a consultoria. “Os preços em 2025 devem iniciar bem mais altos, […] estimados já acima de R$ 4,00/litro nas bombas em janeiro, contra R$ 3,30/litro em janeiro/24 — em São Paulo”, projeta a empresa.
A StoneX prossegue: “No início de 2024, a paridade entre o álcool e a gasolina beirava os 60% e, no ano que vem, o primeiro trimestre deve conviver com uma relação mais próxima de 68-69%”.
Projeções para o PIB
A empresa de consultoria destaca que um dos fatores que devem garantir a expansão das vendas de combustíveis do ciclo Otto (empregados nos motores de combustão), que combinam as vendas de etanol hidratado e gasolina C para veículos leves, são as perspectivas de crescimento econômico e fortalecimento do consumo das famílias.
Ainda de acordo com a empresa de inteligência de mercado, o boletim Focus, do Banco Central, projeta uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2% em 2025. O Banco Central prevê ainda um consumo das famílias 2,2% mais elevado em 2025, frente a 2024, o que puxaria os números de vendas de combustíveis para cima.
Diesel e biodiesel
A StoneX estimou ainda uma venda de 69,9 milhões de metros cúbicos de óleo diesel B em 2025, acima dos 67,7 milhões de metros cúbicos projetados para 2024 (os números ainda não estão fechados). O total considera a venda de 59,7 milhões de metros cúbicos de óleo diesel A (vendido pelas refinarias) no ano que vem, volume 1,9% superior ao de 2024, mais a comercialização de 10,2 milhões de metros cúbicos de biodiesel, 11,1% a mais na comparação anual.
“A manutenção do avanço do PIB nacional acima do esperado e o nível elevado das exportações de bens pelo país contribui para um consumo mais acelerado do combustível, com o crescimento do transporte de cargas influenciando diretamente na movimentação de veículos pesados nos modais rodoviários brasileiros”, diz a StoneX.
A empresa salienta também que o fator de utilização das refinarias (FUT) se manteve em patamares elevados, acima de 90%, ao longo de 2024, o que limita um maior aumento da produção do diesel. “A baixa capacidade ociosa e um número reduzido de novos investimentos para ampliação da capacidade, no entanto, se apresentam como fatores limitantes para um aumento mais significativo da produção brasileira de derivados fósseis para os próximos anos”.
Por fim, as importações de diesel A entre janeiro e novembro ficaram 6% acima do apurado em igual período em 2023, com 13,53 milhões de metros cúbicos, mas em novembro o volume importado foi o menor desde janeiro de 2023, evidenciando uma desaceleração nas compras externas no fim deste ano, registrou a StoneX.