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Ministro Alexandre Silveira defende mais etanol na mistura da gasolina
18/03/2025
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta segunda-feira (17) que o Brasil use o aumento da produção agrícola prevista para 2025, em especial na oferta de milho e no setor sucroalcooleiro, para elevar a proporção de etanol na mistura na gasolina do patamar atual de 27% para 30%. O objetivo é reduzir a dependência e o preço do derivado fóssil, além de reforçar a pauta de descarbonização.
A mudança na mistura deverá ser levada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 2025. “Com o E30, o preço da gasolina na bomba vai cair”, projetou o ministro de Minas e Energia.
O anúncio foi feito em evento de para apresentar o resultado dos testes de eficiência e emissão da mistura E30, com 30% do biocombustível na gasolina. O trabalho, feito pelo Instituto Mauá, apontou para resultados positivos em termos de desempenho, efeito sobre os motores dos veículos e níveis de emissões.
Silveira garantiu que a mudança da mistura, se confirmada, não vai impactar o preço dos alimentos. Tanto o milho quanto a cana-de-açúcar são usados para produzir etanol no Brasil. “A prioridade do presidente Lula é a produção de alimentos”, disse o ministro sobre a preocupação do governo de não provocar novo aumento de preços nos supermercados.
Durante o evento, o ministro ressaltou uma série de pontos positivos do aumento da participação do etanol na gasolina. “Esse é um ganho incalculável para a soberania nacional e para a segurança energética”, disse ele, ressaltando que haverá uma “contribuição direta” para o resultado da balança comercial.
Para o ministro, a adoção do E30 livrará o país das “amarras do preço de paridade internacional”. Para Silveira, a Petrobras se tornará autossuficiente na gasolina em atendimento ao mercado interno, exportará o excedente e preço do combustível para o consumidor final tenderá a cair. “Nos tornaremos, em definitivo, independentes da importação de gasolina, algo que não ocorria desde 2010”, garantiu.
No discurso, Silveira citou que, em 2024, o Brasil importou 760 milhões de litros de gasolina e, com o E30, a Petrobras passará a exportar o derivado fóssil. “Haverá aumento de 1,5 bilhão de litros por ano na demanda por etanol”, ressaltou. Serão criados, disse ele, mais 25 mil empregos diretos e indiretos.
O evento contou com a presença de executivos da indústria automotiva, pesquisadores e representantes de peso da produção de etanol, como o empresário Rubens Ometto, presidente do grupo Cosan. “O E30 não apenas é uma opção viável, como segura, que vai fazer deslanchar a nossa indústria”, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Igor Calvet.
Durante o evento do E30, Silveira defendeu a transição energética com adoção de tecnologias de baixa emissão. Ele reiterou estar convencido de que, “fora da economia verde, não há salvação” para o mundo no enfrentamento das mudanças climáticas, que essa será a economia “propulsora do futuro”.
Por outro lado, Silveira afirmou que não há transição energética sem exploração de minerais críticos, usados no processo de eletrificação da economia. Também defendeu a continuidade da exploração e produção de hidrocarbonetos, usados na oferta de combustíveis fósseis para financiar a transição energética.
