Notícias
Governo vê diesel da Petrobras passar R$ 0,40 do preço internacional, e pressão por corte aumenta
24/03/2025
Foto: Agência Brasil
O preço do óleo diesel cobrado pela Petrobras nas refinarias está na casa de R$ 3. Mas, com a mistura do biodiesel, os custos de distribuição e revenda e os impostos federais e estaduais, o combustível chega ao consumidor a uma média de R$ 6,43 (considerando a pesquisa de preços encerrada em 15 de março).
A nova política comercial da Petrobras, iniciada no terceiro mandato de Lula, prevê mudanças de preços menos frequentes por parte da diretoria. Há compreensão no governo com isso, já que variáveis acompanhadas pela empresa -como a previsão de um eventual encarecimento do diesel em um futuro próximo, por exemplo- podem indicar a necessidade da formação de um “colchão” para reduzir a volatilidade nos preços e dispensar aumentos.
Mesmo assim, o governo entende que as previsões para o preço do petróleo são de queda neste ano, em especial no segundo semestre. Isso abriria espaço ainda maior para um corte.
No caso da gasolina, o entendimento do governo é que a tendência também é de queda neste ano. Nesse caso, nem tanto devido ao cenário internacional -mas sim devido à concorrência com o etanol.
A produção do álcool tem aumentado muito nos últimos anos e a previsão é de mais crescimento em 2025. O entendimento é que um barateamento expressivo do produto em relação à gasolina provocaria mudanças no comportamento dos motoristas. Nesse caso, a Petrobras precisaria baixar os preços para não perder mercado.
Procurada, a Petrobras afirmou que em maio de 2023 substituiu sua política de preços, que tinha o preço de paridade de importação (PPI) como único parâmetro de referência, e passou a adotar uma estratégia comercial que considera as “melhores condições de produção e logística” para a precificação do diesel e da gasolina.
A estatal afirma que monitora diariamente os fundamentos do mercado internacional e seus possíveis desdobramentos para o mercado brasileiro, tendo como premissas a prática de preços competitivos com as principais alternativas de suprimento e o não repasse da volatilidade externa para os preços internos.
“Dessa forma, proporcionamos períodos de estabilidade de preços para os nossos clientes evitando a prática de reajustes diários, para cima e para baixo, adotada no passado”, afirma a estatal. “Por questões concorrenciais, a companhia não antecipa suas decisões sobre manutenção ou reajuste de preços”, completa a nota.
Chambriard afirmou à Folha neste mês que considera a política de preços da empresa bem-sucedida. “Nós conseguimos abrasileirar os preços dos combustíveis. Tínhamos o objetivo de não repassar para os consumidores a volatilidade dos preços internacionais do petróleo nem a flutuação do câmbio e praticar, ao mesmo tempo, preços competitivos. Acredito que alcançamos esse objetivo”, disse.
