Notícias
Petróleo puxa queda nas exportações brasileiras aos EUA após tarifaço; veja números
12/09/2025
A soma das exportações brasileiras aos Estados Unidos despencou 18,5%, em agosto, após a imposição de tarifas comerciais por Donald Trump. Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) mostram que somente no grupo de itens que foram sujeitos a uma cobrança mais alta, a queda nos embarques foi de 22,4%. O setor mais afetado foi o de petróleo, com redução de 16,1% no fluxo comercial entre os países. De acordo com pesquisa divulgada pela Amcham, outros produtos que sofreram grande impacto foram o de celulose, com corte de 15,7% nas exportações, e semiacabados de ferro e aço que contabilizaram quase 10% de retração. A carne bovina e o café, que não entraram na lista de isenções promovidas pelo governo Trump, tiveram desempenho surpreendente.
Os embarques aos frigoríficos norte-americanos cresceram 93,4%, enquanto as negociações de café saltaram 33%. Mesmo com a queda em agosto, a corrente comercial entre os países somou US$ 2,8 bilhões, sendo o mês de maior retração até então. Isso indica que o tarifaço influenciou as decisões empresariais, garante a Amcham.
Enquanto o Brasil sofreu perdas com a redução nas exportações, os EUA viram um aumento do superávit na relação com a indústria brasileira. O saldo positivo norte-americano no comércio bilateral chegou a US$ 3,4 bilhões entre janeiro e agosto, alta de 355% em relação ao mesmo período de 2024.
Impacto também em importações
De acordo com a Amcham, o tarifaço também afetou as importações brasileiras de produtos dos Estados Unidos. O impacto se deu, sobretudo, em setores integrados com a indústria americana, como o carvão mineral.
No acumulado do ano, as importações brasileiras de produtos americanos somaram US$ 30 bilhões, crescimento de 11,4% em relação a 2024. No entanto, o ritmo de expansão, que superava os 18% em junho e julho, caiu para apenas 4,6% em agosto, indicando perda de dinamismo nas trocas bilaterais.
“A forte desaceleração no ritmo das importações brasileiras vindas dos EUA sinaliza um efeito indireto das tarifas, reflexo do alto grau de integração e de comércio intrafirma entre as duas maiores economias das Américas”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.
