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Entenda como funcionava esquema de corrupção de mineradoras ilegais em MG

18/09/2025

Fonte: O Tempo

Mais de R$ 18 bilhões. Este é o valor estimado pela Polícia Federal (PF) para o prejuízo que seria causado pelo esquema criminoso envolvendo empresários e servidores de órgãos ambientais em prol da mineração em áreas protegidas de Minas Gerais, como a serra do Curral, em Belo Horizonte, e a serra de Botafogo, em Ouro Preto. A sofisticada rede criminosa, especializada em mineração ilegal, corrupção e lavagem de dinheiro, foi desarticulada nesta quarta-feira (17/9) durante a operação “Rejeito”, deflagrada pela PF juntamente com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU).

Conforme a representação da PF na Justiça Federal, para a realização da operação, a perícia criminal da corporação estimou que o potencial econômico total dos projetos investigados seria de R$ 18,2 bilhões. Já o lucro líquido projetado para o grupo de empresários seria de R$ 9,54 bilhões. Na operação desta quarta, a PF cumpriu o bloqueio de bens avaliados em R$ 1,5 bilhão.

Da “Poeira Vermelha” à expansão bilionária: como tudo começou

A ação deflagrada nesta quarta surgiu de outra operação, batizada de “Poeira Vermelha”. Em 2020, a PF descobriu a extração irregular de minério pela Mineração Gute Sicht, sem licença, usando simulação de terraplanagem e Guia de Utilização fraudulenta.

Conforme a PF, o material ilegal era enviado para a Fleurs Global Mineração, que beneficiava o minério e os revendia no mercado formal. As duas empresas pertencem a Alan Cavalcante do Nascimento, natural de Arapiraca, em Alagoas, e que é apontado como o líder do esquema fraudulento.

Após a primeira operação policial, Alan, junto com Helder Adriano de Freitas e o ex-deputado estadual João Alberto Paixão Lages, montou a organização criminosa alvo da operação “Rejeito”. Composta por mais de 42 empresas (Sociedades Anônimas), muitas delas de “laranjas”, a nova rede dos empresários visava dar continuidade às atividades ilícitas, legitimar práticas delituosas, omitir os verdadeiros responsáveis e dificultar o rastreamento de valores, configurando um complexo esquema de lavagem de dinheiro, conforme a PF.

A partir daí, a Minerar Participações S/A, conhecida como Grupo Minerar, tornou-se a central de gestão dos projetos do grupo criminoso.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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