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Mercado volta a cogitar barril na casa dos US$ 50 com alta na oferta de petróleo da Opep+
06/10/2025
A Opep+ anunciou no domingo (5/10) que vai aumentar a produção de petróleo em 137 mil barris/dia a partir de novembro, ampliando a oferta no mercado internacional.
O cartel já havia anunciado um aumento similar na produção para outubro. A decisão marcou a nova estratégia do grupo, ao adotar uma postura mais ofensiva para ganhar market share, agora reforçada.
Com o maior volume de petróleo no mercado e sinais de fraqueza na demanda, analistas começam a citar a possibilidade de um retorno do preço do barril à casa dos US$ 50 em 2026.
Na sexta (3), o Brent encerrou o dia a US$ 64,53 o barril, com uma queda acumulada de 6,78% na semana. Já o WTI fechou a US$ 60,88 o barril, com perdas de 7,36% na semana.
Também contribui para a queda nas cotações o avanço nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, depois que o Hamas concordou com o plano apresentado pelos EUA. (CNN Brasil)
Além da maior produção na Opep+, a sobreoferta de petróleo é alimentada também pelo contínuo crescimento da extração em países que não fazem parte dos acordos do grupo, como Guiana, Argentina, Canadá e Brasil.
O consumo tem dificuldades em acompanhar essa alta na extração, o que deve ajudar a reforçar os estoques globais nos próximos meses.
No cálculos da Rystad, após a decisão do cartel, a sobreoferta no mercado de líquidos vai chegar a 2,2 milhões de barris/dia no quarto trimestre de 2025.
“A oferta está se movendo em apenas uma direção e, com a demanda enfraquecida, o restante de 2025 trará esse golpe duplo para os preços do barril. O equilíbrio global de líquidos mudou para o superávit depois de um longo período de aperto que começou em meados de 2024 e se estendeu até 2025”, diz a vice-presidente sênior de mercados de commodities da Rystad Energy, Susan Bell.
Os efeitos sobre as cotações, no entanto, devem ocorrer ao longo do tempo.
O aumento na extração anunciado pela Opep+ ficou abaixo do esperado pelo mercado. Na semana passada, reportagens na imprensa internacional chegaram a falar em um acordo para uma oferta extra de 500 mil barris/dia, o que foi desmentido pelo grupo.
O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro, lembra também que o cartel vem ampliando a produção em níveis menores do que os anunciados ao longo dos últimos meses: “A gente pode ver um suporte aos preços, caso parte desse incremento dos limites não se converta em uma oferta real”, afirma.
