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Auditor da Fazenda de SP é suspeito de ligação com esquema de combustíveis adulterados

25/07/2024

Fonte: Nova Cana

A corregedoria da fiscalização tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo abriu um procedimento administrativo disciplinar sobre a conduta do auditor fiscal Ricardo Catunda do Nascimento Guedes, alvo da Operação Barão de Itararé, deflagrada nesta terça-feira, 23.

O auditor é investigado pela Polícia Federal por suposta corrupção e favorecimento de uma organização criminosa que vende combustíveis adulterados. A reportagem do Estadão buscou contato com a defesa de Catunda, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.

A Secretaria da Fazenda reiterou “seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal”. Em nota, a pasta destacou que “repudia qualquer ato ou conduta ilícita” e se compromete com a apuração de desvios eventualmente praticados.

A corregedoria pediu à 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo que compartilhe provas e informações da Operação Barão de Itararé para abastecer a apuração disciplinar sobre Catunda.

A Secretaria da Fazenda informou que já afastou das funções o auditor – medida determinada pela Justiça – e bloqueou acessos ao sistema informatizado de administração de pessoal. Ele também não pode comparecer à sede da Fazenda do estado. “O servidor não possui mais acesso físico às instalações da Sefaz-SP, tampouco aos sistemas informatizados e base de dados de forma remota”, destacou a Secretaria.

O auditor, agora investigado também no âmbito disciplinar, já integrou os quadros da própria corregedoria da Fazenda do estado. Ele foi corregedor-assessor na gestão Marcus Vinícius Vannucchi, que é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Vannucchi é acusado de articular um “complexo e calculado esquema criminoso” de cobrança de propinas para livrar empresas de fiscalização com a divisão de valores entre os fiscais por ele aliciados. Ele foi alvo principal da Operação Pecúnia Non Olet, em 2019, quando a Polícia Civil e o Ministério Público encontraram US$ 180 mil e 1,3 mil euros em uma sala secreta na casa da ex-mulher de Vannucchi, no interior paulista.

Ricardo Catunda chegou a ser alvo de um inquérito civil, junto de Vannucchi, em 2019. A apuração se debruçou sobre possíveis irregularidades no arquivamento de procedimentos administrativos contra 17 agentes da Secretaria de Fazenda durante a gestão Vannucchi. A investigação foi arquivada em 2021 por falta de provas suficientes para “concluir pela ocorrência ou não de eventuais insuficiências investigatórias por parte dos corregedores”.

A Polícia Federal agora investiga Catunda por supostamente favorecer uma organização criminosa que vende combustíveis adulterados. A apuração é derivada da Operação Boyle, que, em fevereiro, identificou três organizações criminosas especializadas em adulteração de combustível, até com uso de metanol, substância altamente inflamável e tóxica, cujo uso como combustível é proibido.

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