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BH é a capital com a gasolina mais cara do Sudeste desde abril, aponta ANP

29/07/2024

Fonte: O Tempo

Além de ter o combustível mais caro que no interior do estado, Belo Horizonte é a capital do Sudeste com o maior preço médio da gasolina desde abril. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), são 14 semanas em que BH lidera a lista, após longo intervalo em que o combustível era mais caro no Rio de Janeiro e em Vitória.

O levantamento da ANP ainda mostra que no período a variação de preço nos postos da capital ficou entre R$ 0,022 e R$ 0,101. A pesquisa da ANP ainda mostrou que dos 41 postos pesquisados, 28 estabelecimentos, quase 70% do total, vendiam a gasolina pelo mesmo preço de R$ 6,39. A reportagem de O TEMPO analisou as tabelas disponibilizadas no site da agência com o levantamento de preços apurados, semanalmente, desde 2022.

Neste sentido, desde a semana do dia 10 de abril é que o valor de venda da gasolina na capital se tornou o mais alto em comparação ao que foi verificado em Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo. A situação permaneceu até o dia 20 de julho, data da última coleta de dados feita pela ANP. No período, o preço médio da gasolina apontado pelo órgão na capital variou entre R$ 5,73 e R$ 6,39, uma diferença de R$ 0,66.

Já a variação de valor observada entre os postos de combustíveis da capital no período variou entre R$ 0,22 e R$ 0,101. No intervalo entre abril e junho, a ANP chegou a verificar que a alteração chegou a ser de R$ 0,11 entre os estabelecimentos da capital em maio – o menor valor registrado.

Etanol também mais caro

Belo Horizonte também lidera o ranking dentre as capitais do Sudeste quando o assunto é o preço do etanol. O biocombustível, desde maio, é vendido nos postos de BH com valores acima do comercializado em Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo. São nove semanas consecutivas neste cenário, de acordo com a ANP.

No período, o preço variou entre R$ 4,20 e R$ 4,48. Nas outras três metrópoles a maior cifra apurada pela agência foi de R$ 4,22, em Vitória. A pesquisa foi feita com consultas a 41 postos de Belo Horizonte.

O que diz o mercado?

Procurado pela reportagem para explicar os motivos de BH ter a gasolina mais cara entre as capitais do Sudeste, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) atribuiu o alto valor em BH, em comparação às outras capitais do Sudeste, ao aumento do etanol anidro e hidratado nas usinas, além do reajuste feito pela Petrobras sobre a gasolina. No caso do etanol hidratado, segundo o Minaspetro, o crescimento observado foi de R$ 0,30.

“Vale ressaltar que o posto, além de livre para colocar seu preço na bomba, analisando todos os seus custos operacionais, é o último elo de uma complexa cadeia produtora de combustíveis e o que tem a menor margem de manobra e responsabilidade no preço final ao consumidor”, justificou o Sindicato em nota. “Vale lembrar ainda que, atualmente, um dos maiores responsáveis pelo custo final da gasolina é a carga tributária de R$ 2,05 por litro”, diz trecho final do texto.

Sobre o preço semelhante na maioria dos postos pesquisados, o Minaspetro atribui ao paralelismo comercial. A prática, segundo o sindicato, é comum em mercados de margem baixa e alta competitividade. A retirada da terceira casa decimal nos preços também contribui para o cenário, conforme a entidade.

A Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig Bioenergia) informou que nos últimos meses houve um aumento no preço do etanol ao produtor, além de correção no preço de referência para a tributação do ICMS em Minas Gerais. Esses fatores contribuíram para o aumento do preço do etanol hidratado nas bombas.

“No entanto, é incorreto afirmar que toda a variação nos preços dos combustíveis em Belo Horizonte durante esse período se deve exclusivamente ao preço do etanol no produtor. Também observamos um aumento geral nas margens dos agentes deste mercado, além de um reajuste nos preços da gasolina pela Petrobras, fato já noticiado pelo próprio jornal”, indicou a Siamig em nota.

Questionado, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, que representa distribuidoras do mercado, informou que a formação dos preços é determinada pela interação entre oferta e demanda, e que as condições podem variar entre as cidades. “É relevante considerar os custos enfrentados pelos agentes envolvidos, pois estes têm um impacto direto nos preços”, argumentou o IBP.

O Instituto ainda pontuou que fatores diversos impactam o valor final, como a distância entre a refinaria e o posto, custos operacionais das instalações e custos associados dos imóveis. “Ou seja, o preço final reflete as condições de custo específicas da região e segue a lógica de oferta e demanda, onde os preços praticados são determinados livremente em todos os elos da cadeia. Sobre a composição do preço da gasolina é importante esclarecer que é dividida em: margem de lucro dos postos, margem das distribuidoras, tributos, preço da refinaria ou do importador e o custo da mistura de biocombustível”, finalizou em nota.

    Preço da gasolina apurado semanalmente pela ANP em BH: 

  • 14/4/2024: R$ 5,73
  • 24/4/2024: R$ 5,79
  • 28/4/2024: R$ 5,90
  • 5/5/2024:   R$ 5,91
  • 12/5/2024: R$ 6,00
  • 19/5/2024: R$ 6,01
  • 26/5/2024: R$ 6,00
  • 2/6/2024:   R$ 5,98
  • 9/6/2024:  R$  6,00
  • 16/6/2024: R$ 5,99
  • 23/6/2024: R$ 5,98
  • 30/6/2024: R$ 5,98
  • 7/7/2024: R$ 6,17
  • 20/7/2024: R$ 6,39Preço do etanol apurado semanalmente pela ANP em BH:
  • 12/5/2024: R$ 4,20
  • 19/5/2024: R$ 4,20
  • 26/5/2024: R$ 4,20
  • 2/6/2024: R$ 4,17
  • 9/6/2024: R$ 4,19
  • 16/6/2024: R$ 4,18
  • 23/6/2024: R$ 4,18
  • 30/6/2024: R$ 4,25
  • 7/7/2024: R$ 4,40
  • 20/7/2024: R$ 4,48
O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.