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CEO da Shell alerta para ‘enorme impacto’ no petróleo se Estreito de Hormuz for bloqueado
20/06/2025
A Shell, uma das maiores comerciantes de petróleo e gás natural, tem planos de contingência caso o conflito entre Israel e Irã interrompa os fluxos da região, alertando que um possível bloqueio do Estreito de Hormuz poderia causar um choque substancial.
“Se essa artéria for bloqueada, por qualquer motivo, isso tem um enorme impacto no comércio global”, disse o CEO Wael Sawan na Cúpula e Exposição de Energia do Japão em Tóquio. “Temos planos para a eventualidade de as coisas se deteriorarem.”
O mercado global de energia está atento ao conflito entre Israel e Irã, incluindo a possibilidade de os EUA decidirem se juntar ao ataque. Até agora, embora o petróleo tenha disparado devido às hostilidades, não houve nenhuma interrupção importante nos fluxos de energia, embora os comerciantes estejam em alerta máximo.
Cerca de 25% do comércio mundial de petróleo passa pelo Estreito de Hormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico. No passado, o Irã já teve como alvo navios que atravessavam esse ponto de estrangulamento e ameaçou bloquear a via navegável.
Nos últimos dias, os sinais dos navios têm sofrido interferência.
“O que é particularmente desafiador agora é a interferência que está acontecendo”, disse Sawan. A Shell está “sendo muito cuidadosa” com o transporte marítimo no Oriente Médio devido ao conflito, disse ele.
Altos funcionários dos EUA estão se preparando para a possibilidade de um ataque ao Irã nos próximos dias, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, um sinal de que Washington está montando a infraestrutura para entrar diretamente no conflito com Teerã. A situação ainda está evoluindo e pode mudar, disseram eles.
“Os riscos de sérias interrupções no fornecimento de energia aumentarão se a liderança iraniana acreditar que está enfrentando uma ameaça existencial à sua sobrevivência”, disseram analistas da RBC Capital Markets, incluindo Helima Croft, em uma nota.
“A entrada direta dos EUA neste conflito poderia ser um catalisador para ações disruptivas mais diretas contra petroleiros e infraestrutura crítica na região.”
O petróleo Brent subiu até 1,3%, chegando a US$ 77,66 por barril nesta quinta-feira. Isso se aproximou do pico intradiário de US$ 78,50 visto em 13 de junho —o preço mais alto desde janeiro— quando Israel começou seus ataques contra o Irã.
Nos últimos dias, o Qatar pediu aos petroleiros que esperassem fora do estreito até estarem prontos para carregar, enquanto a transportadora japonesa Nippon Yusen KK instruiu seus navios a manterem uma distância segura da costa ao navegar em águas iranianas.
