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Como Minas Gerais está se tornando protagonista no mercado da transição energética
10/07/2025
Enquanto o mundo acelera a transição para energias limpas, Minas Gerais emerge como um ator central no abastecimento global de lítio – componente vital para baterias de veículos elétricos e tecnologias verdes.
No Vale do Jequitinhonha, municípios como Araçuaí, onde duas grandes mineradoras já operam, revelam reservas em escala industrial, colocando o estado no radar de investidores e governos.
O mineral que virou prioridade mundial
Classificado como mineral crítico – recurso essencial para a segurança energética e tecnológica dos países –, o lítio ganhou status de commodity estratégica.
Em Minas, sua extração ocorre em minas subterrâneas com túneis de até 260 metros de profundidade (equivalente a um prédio de 86 andares) ou em jazidas a céu aberto, onde máquinas escavam até atingir o espodumênio, rocha portadora do metal.
Na Mina da Cachoeira, uma das principais da região, operações ininterruptas processam o minério 24 horas por dia.
“O espodumênio aparece em veios esverdeados na rocha. Cada tonelada extraída fortalece nossa posição nesse mercado”, diz Alysson Almeida, supervisor de produção que retornou a Araçuaí após trabalhar em outros estados.
Efeitos econômicos e desenvolvimento regional
A demanda global impulsionou empregos e capacitação na região. Aparecida Prates, que começou como técnica de segurança e hoje é engenheira ambiental, exemplifica a transformação.
“A mineração trouxe qualificação. Pude estudar e crescer sem deixar minha terra”, afirma.
O movimento ecoa em números: além das duas empresas em operação, estudos avançam para novas concessões, com projeções de ampliar a participação mineira no mercado – hoje dominado por Austrália, Chile e China.
Geopolítica e o papel do Brasil
A escalada do lítio redefine alianças internacionais, e Minas Gerais entra nessa equação.
Para Audrey José Eliotério, veterano da mineração na região, o momento é histórico.
Com reservas também no Norte de Minas e no Campo das Vertentes, o estado se consolida como um dos principais fornecedores do chamado “ouro branco” – e o Vale do Jequitinhonha, outrora marcado pela extração de diamantes, renasce como polo de inovação.
