Notícias

Encontrar soluções para acidentes ambientais é o objetivo de pesquisadores do mundo inteiro. Com foco em oferecer uma solução para o caso de derramamento de óleo, o engenheiro químico Jader Martins desenvolveu há 22 anos o Oil Sorb, produto fabricado a partir de um mineral que serve como absorvente do óleo quando há algum tipo de derramamento e não prejudica o meio ambiente. Ele patenteou o produto e há 10 anos criou a Hydro Clean, indústria com planta em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que fabrica a substância. Hoje, são produzidos cerca de 18 toneladas por mês nessa unidade.

Martins explica que o Oil Sorb pode ser utilizado como absorvente de qualquer tipo de óleo que não se misture com a água, como é o caso de petróleo, gasolina ou até mesmo óleo de cozinha. “Quando desenvolvi o produto fiz pensando nos grandes acidentes ambientais, como vazamento de petróleo ou gasolina. No entanto, depois de um tempo percebi que ele também era útil no dia a dia de indústrias que têm máquinas e equipamentos. Eles funcionam com óleo, que pode acabar vazando na água ou no piso. Nosso produto tem alta capacidade de absorção e pode ser utilizado nesses casos também”, diz.

De acordo com Martins, um quilo do Oil Sorb consegue absorver até seis quilos de óleo. “Hoje, algumas empresas utilizam serragem, assim como o Corpo de Bombeiros faz quando tem derramamento de óleo de veículos em ruas e estradas, mas a serragem não é tão eficiente. Seca ela até consegue absorver, mas se estiver chovendo, por exemplo, não absorve nada”, afirma. Ele lembra que empresas que têm operações com risco de derramamento de óleo precisam ter o produto em estoque, já que quando ocorre alguma eventualidade a gravidade aumenta com o passar do tempo e é preciso agir rápido.

“A empresa torce para não precisar de usar, mas tem que ter em estoque. Quando acontece um acidente ele deteriora a cada segundo”, observa Martins. Ele informa que indústrias dos mais variados setores compram o produto. “São empresas das áreas de mineração, siderurgia, metal-mecânica, alimentação e ainda refinarias de petróleo”, cita. O Oil Sorb é comercializado em vários formatos. “Tem cordão, almofada e a granel, que são sacos”, diz.

Neste ano a Hydro Clean deve crescer entre 15% e 20% na comparação com o acumulado de 2012. Martins explica que a empresa está investindo mais nas áreas de comunicação e marketing e tem sentido um retorno desse aporte. “Muitas empresas necessitam de um absorvente desse tipo, mas não sabem que nós existimos. Agora nós estamos mostrando a cara para o mercado”, afirma. Ele comercializa para todo o Brasil.

Produção – A planta da empresa, instalada em Nova Lima, tem capacidade para produzir até 30 toneladas por mês, mas atualmente está fabricando 18 toneladas nesse período. Quando chegar próximo ao limite da capacidade a empresa terá que procurar outro local para instalar uma nova fábrica, já que o terreno atual não comporta ampliação. “Essa nova unidade já será feita com capacidade de produzir entre 40 e 50 toneladas por mês”, informa Martins. O número de funcionários também deve crescer com o aumento da produção. Atualmente, a empresa gera sete empregos diretos.

Martins destaca que o “sonho” da Hydro Clean é fechar parceria com uma indústria da área de limpeza e higiene doméstica para vender a tecnologia e ela fabricar o produto para donas de casa. “Um litro de óleo de cozinha contamina 1 milhão de litros de água. Com o Oil Sorb ela pode absorver esse óleos e gorduras que utiliza na cozinha e jogar no lixo”, explica.