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Distribuidora Ale prevê superar os R$ 12 bi de receita
23/06/2015
A rede de postos Ale, quarta maior do setor de combustíveis do país, vai investir R$ 133,8 milhões até o fim do ano. É um volume 16% inferior ao de 2014. Ainda assim, se confirmado, o aporte deste ano será o segundo maior já feito pela empresa.
Em entrevista ao ValorPRO, o serviço de informações em tempo real do Valor, o presidente e acionista da AleSat (empresa dona da marca Ale), Marcelo Alecrim, disse que apesar da retração da economia, sua previsão é de um aumento no faturamento, que deverá superar os de R$ 12 bilhões. “Nosso faturamento vai passar dos R$ 12 bilhões, podendo chegar a R$ 13 bilhões”, disse ele. No ano passado, a AleSat faturou R$ 11,7 bilhões e em 2013, R$ 10,5 bilhões. A empresa saiu do patamar de R$ 7 bilhões em 2010 e veio crescendo ano a ano.
Em 2014, a empresa fez seu maior investimento: R$ 160,1 milhões, sobretudo, na sua frota de caminhões de combustível. O montante definido para este ano irá quase todo para melhorias nos postos. Alecrim disse que os recursos para investimento serão do caixa da empresa e, eventualmente, de linhas de financiamento.
A empresa tem 2.044 postos em 22 Estados. No ano passado, a rede cresceu em 210 postos. Este ano, de acordo com o empresário, o plano é encerrar dezembro com mais 150 a 200 postos pelo país. Ele avalia que em um ano de economia andando para trás, será mais fácil atrair para a bandeira Ale os postos chamados de bandeira branca, aqueles que não vendem combustível apenas de uma distribuidora.
Alecrim diz que o objetivo é dobrar, daqui a cinco anos, a participação no mercado. Segundo dados do sindicato das distribuidoras, o Sindicom, a companhia tinha, em 2014, 4,7% de market share. A liderança é da BR (46,7%), seguida da Ipiranga (24,2%) e Shell/Raízen (23,7%).
“Estamos nos programando para fazer um IPO (oferta inicial de ações). Uma capitalização que possa dobrar nosso share daqui a cinco anos”, disse Alecrim. Ele disse que os sócios esperam “o momento correto”, quando o se abrir “uma oportunidade no mercado”.
Abrir capital não é uma idéia nova para os sócios da Ale. A direção da empresa cita essa hipótese há alguns anos. Mas o plano ganhou força em meados de 2014 quando os sócios decidiram contratar a consultoria americana McKinsey. O clima para os negócios era mais amistoso do que o atual e uma oferta de ações em 2015 parecia cenário plausível.
“A gente até sabia que poderia vir algum problema depois das eleições, mas não nesse patamar que se tem hoje”, disse. A retração da economia afeta a venda de combustíveis, mas não com a mesma força que atinge a industria, por exemplo. Entre janeiro e abril, as vendas de combustível subiram 1,1% em relação ao mesmo período de 2014, indo a 37,8 bilhões de litros.
A rede Ale já esteve no alvo de concorrentes interessados em uma aquisição. Mas as conversas nunca prosperaram. A AleSat foi criada em 2006 e tem Alecrim e o grupo Asamar, de Belo Horizonte, como sócios. O fundo americano Darby também tem uma fatia do negócio. “Não há nada em andamento”, disse Alecrim sobre uma possível venda neste momento.
Fonte: Valor Econômico