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Em ano eleitoral, troca de acusações sobre preços dos combustíveis continua

14/01/2022

Fonte: epbr

Bastou a Petrobras anunciar reajuste de 8,1% do óleo diesel e de 4,9% da gasolina, o primeiro de 2022, para que governo federal, governos estaduais e agentes do mercado voltassem a trocar acusações pelos aumentos. O debate dominou 2021 e não dá sinais de arrefecimento, sobretudo em se tratando de um ano eleitoral.

— O coordenador do Fórum dos Governadores, Wellington Dias (PT), do Piauí, afirmou que o Comsefaz deve reverter o congelamento do ICMS dos combustíveis em 31 de janeiro. O tributo foi congelado em novembro de 2021, por 90 dias, após reuniões entre governadores e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM/MG) e a Petrobras.

— Entre secretários estaduais de Fazenda, a medida, considerada ineficaz, foi uma concessão política para abrir um diálogo que levasse a mudanças na política de preços da Petrobras, baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI). A companhia, contudo, manteve o posicionamento e diz que os preços precisam subir, com as variações de mercado.

— Apesar do aumento, cálculos da Ativa Investimentos apontam que ainda há espaço para mais reajustes no preço da gasolina, que permanece defasado em 5%, segundo a corretora.

— A defasagem dos preços da Petrobras sobre o mercado internacional estaria provocando uma corrida das distribuidoras de combustíveis pelos produtos da estatal, aponta o Estadão. A quantidade encomendada chega a ser o dobro do que realmente é consumido no país, tentativa das distribuidoras de conseguir comprar o volume que de fato necessitam.

— O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, admite que os preços de suas associadas são superiores. Segundo a Abicom, mesmo após o último reajuste, ainda há uma defasagem média de 5% na gasolina e de 7% no diesel.

— Como a produção nacional de gasolina e diesel não é suficiente para atender a demanda, as distribuidoras são obrigadas a recorrer também à importação. Elas, no entanto, preferem comprar da Petrobras, por ser mais barato, mas a estatal não tem volume suficiente.

— Entretanto, Sergio Massillon, diretor Institucional da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Brasilcom), descarta que as distribuidoras tenham aumentado o pedido à Petrobras para formar estoque ou exportar combustíveis nos períodos em que os preços da estatal estão inferiores aos do mercado internacional.

— Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) novamente expressou seu desejo de privatizar a Petrobras, após o novo aumento. Mais uma vez, Bolsonaro disse não ter responsabilidade pelos preços da empresa, reclamando — de novo — de “levar a fama” pelos aumentos.

— “Alguém acha que eu sou o malvadão, que foi aumentado o preço da gasolina e do diesel ontem porque sou o malvadão? Primeiro que não tenho controle sobre isso. Se pudesse, ficaria livre da Petrobras”, disse ele, em entrevista ao Gazeta Brasil. Reuters

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