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Empresas investigadas dominam 3% do mercado de combustíveis

01/09/2025

Fonte: Eixos

Companhias sob investigação na operação “Carbono Oculto” tinham quase 10% de participação no etanol

Operação contra crime organizado atinge empresas com participação relevante sobretudo no etanol.

Produção de petróleo e gás no Brasil ultrapassa 5 milhões de barris de óleo equivalente por dia.

Aneel mantém bandeira vermelha patamar 2 em setembro.

Fundos de investimento sustentável captaram  quase R$ 8 bilhões em 2025, com predominância de teses ligadas à mudança climática e transição energética.

As empresas sob investigação na operação “Carbono Oculto”, deflagrada na semana passada, tinham cerca de 3% de participação no mercado brasileiro de combustíveis, apontam estimativas do BTG Pactual com base em dados de 2024.

  • A operação é considerada a maior ofensiva do país até hoje contra a infiltração do crime organizado na economia formal e buscou desmantelar a cadeia completa: a importação, adulteração de produtos, sonegação de impostos e as ligações com o mercado financeiro.

A participação das companhias investigadas era maior no etanol: ao todo, tinham uma fatia de quase 10% do mercado.

  • No diesel, a participação era de 1,1%, enquanto na gasolina era de 2,6%.

A retirada dessas empresas do mercado abre, assim, espaço para uma retomada das grandes companhias, que vinham perdendo espaço justamente pela dificuldade de competir com os esquemas fraudulentos.

  • Vibra, Raízen e Ipiranga — as três maiores distribuidoras de combustíveis do país — perderam mercado em 2024, cenário que se manteve no primeiro semestre de 2025.
  • A fatia de mercado de distribuidoras independentes no volume total comercializado de combustíveis saltou de aproximadamente 33% há cerca de três anos para 43% em abril de 2025conforme mostrou a agência eixos.
  • Especialistas já vinham apontando que parte dessa perda de mercado estava ligada justamente às práticas ilegais que o governo agora busca combater, como o “devedor contumaz”.
  • Como o segmento trabalha com margens muito apertadas, as distorções têm grande impacto sobre a rentabilidade.

O BTG aponta que a operação é um “momento decisivo para o setor de downstream” no Brasil, pois as fraudes vinham distorcendo a concorrência e comprimindo ainda mais as margens.

  • “Ao desmantelar esquemas que passavam pelas importações, refino, distribuição, redes de varejo e ocultação financeira, as autoridades estão lidando diretamente com distorções estruturais que há muito corroem a concorrência e as receitas tributárias”, afirmam os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha.

Mas os analistas ressaltam que combater os crimes nesse setor vai ser um trabalho de longo prazo: “Embora os desafios de fiscalização persistam, essa operação pode acelerar a formalização e desbloquear ganhos estruturais de margem mais cedo do que o previsto”, acrescentam.

  • Instituto Combustível Legal (ICL), que representa as grandes empresas, pediu que o governo continue a buscar regulamentar as fintechs: “Brechas no sistema financeiro digital têm sido exploradas por organizações criminosas para a lavagem de dinheiro, corrupção e sonegação fiscal em escala bilionária”, afirmou em nota.

Mais de 5 milhões de boe/dia. A produção de petróleo e gás natural brasileira totalizou 5,156 milhões de barris de óleo equivalente por dia em julho, crescimento de 5,28% em relação ao mês anterior, segundo dados preliminares da ANP.

  • A produção de petróleo somou 3,956 milhões de barris/dia, alta de 5,34% na comparação com junho, enquanto a produção de gás natural avançou 5,08%, para 190,7 mil metros cúbicos por dia.

Preço cai. Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na sexta (29/8), pressionados pela perspectiva de aumento da oferta pela Opep. O Brent para novembro recuou 0,73% (US$ 0,50), a US$ 67,48 o barril.

Novo conselheiro. A Petrobras informou na sexta (29/8) que o conselho de administração da companhia aprovou a indicação de Marcelo Weick Pogliese para o colegiado. O nome de Pogliese tinha sido sugerido pelo governo na última quarta (27/8), por meio do MME.

  • Pogliese substituirá Pietro Mendes, que deixou a presidência do conselho para assumir uma diretoria da ANP.

Mercado livre de gás. A estatal triplicou o número de clientes em 2025 e reassumiu a liderança no segmento. A estratégia da Petrobras passou por diversificar a base e buscar consumidores com volumes menores. Veja a lista completa de clientes da petroleira na gas week.

Reciprocidade. O governo brasileiro acionou a Camex para início da aplicação da Lei de Reciprocidade econômica contra os Estados Unidos, em resposta ao tarifaço de 50% aplicado pelos EUA contra produtos brasileiros. Segundo o vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin (PSB), a intenção é avançar com negociações.

  • O presidente Lula (PT) disse que não há pressa: “Nós temos que dizer para os Estados Unidos que nós temos coisas para fazer contra os Estados Unidos. Mas eu não tenho pressa, porque eu quero negociar”, afirmou à Rádio Itatiaia.
  • Já a CNI defendeu prudência diante do início do processo para aplicação da lei e disse que ainda é hora de insistir no diálogo para tentar reverter o tarifaço.

Bandeira vermelha. A Aneel manterá a bandeira vermelha patamar 2 em setembro, devido à necessidade de acionamento de usinas termelétricas. As contas de energia elétrica permanecem com acréscimo de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos no mês.

Consumo de eletricidade no Brasil somou 45.177 GWh em julho de 2025, alta de 0,6% em relação ao mesmo mês de 2024, informou a EPE. O resultado interrompe três meses consecutivos de retração na demanda, puxado pelas residências.

R$ 9,7 bi para mobilidade. O presidente Lula anunciou na sexta (29/8) que projetos incluídos no Novo PAC Seleções 2025 somam R$ 9,7 bilhões em investimentos no transporte público em diversos estados. O pacote inclui obras de infraestrutura em grandes e médias cidades e a renovação da frota de ônibus e trens, para veículos menos poluentes.

Captação de quase R$ 8 bi em 2025. Os fundos de investimento sustentável alcançaram um patrimônio líquido de R$ 36,8 bilhões em julho de 2025, uma alta de 89% ante o mesmo período do ano passado, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

  • O levantamento indica que há predominância de fundos com objetivo ligado à questão ambiental, com cerca de 72% de olho em teses de mudança climática e transição energética.

Hidrogênio em foco. Se na Europa o momento é de incerteza e ajustes regulatórios para o hidrogênio, a Índia vive um cenário oposto. O país estruturou uma política industrial que alia clareza regulatória, estímulo à demanda interna e mecanismos competitivos de contratação. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.

Clima extremo. As mudanças climáticas fizeram com que os incêndios florestais na Turquia, Grécia e Chipre no verão de 2025 queimassem com muito mais intensidade. Estudo da World Weather Attribution mostra que incêndios forçaram 80 mil pessoas a abandonarem suas casas.

Fique ligado. Ao longo desta semana o energy talks continua a debater as principais notícias do mercado de energia. Nesta segunda, receberemos o presidente da Abpip, Marcio Felix. Não perca: de segunda a sexta, às 14h no canal da agência eixos.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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