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Estouro da bolha de ações dos veículos elétricos custou US$ 1,5 trilhão a investidores

18/03/2024

Fonte: Valor Economico

As ações da Fisker caíram 55% na semana passada depois que o “The Wall Street Journal” informou que a empresa estava se preparando para um possível pedido de falência. Os problemas atuais da startup são os mais recentes de uma linha crescente de desafios para quase todas as startups de veículos elétricos.

Construir um negócio no setor de automóveis revelou-se mais difícil do que se imaginava, custando aos investidores bilhões de dólares.

A Fisker emitiu um comunicado na quinta-feira (14) dizendo: “Por uma questão de política da empresa, a Fisker não comenta rumores e especulações de mercado. No entanto, a Fisker frequentemente trabalha com consultores externos para ajudar a gerenciar seus negócios e auxiliar no desenvolvimento e execução de estratégias. A Fisker está focada em levantar capital adicional e engajando-se em uma parceria estratégica com uma grande montadora.”

Quedas recentes deixaram Fisker, Canoo, Lordstown Motors, Arrival e Faraday Future, juntamente com as empresas de transporte rodoviário elétrico Nikola e Hyliion, com valores de mercado inferiores a U$ 1 bilhão cada.

No pico de cada ação, o valor de mercado combinado dessas sete totalizou quase US$ 100 bilhões. Agora, totaliza cerca de US$ 1 bilhão.

Muitas estratégias são representadas pelas sete. A Fisker tem poucos ativos, usando a Magna International para construir seus carros. Lordstown tem capacidade mais barata adquirida da General Motors. A Arrival tentou ser pioneira em microfábricas. A Canoo foi pioneira em veículos comerciais multifuncionais e altamente configuráveis. E a Faraday se concentrou em veículos elétricos ultraluxuosos.

No transporte rodoviário, a Nikola se concentra na integração vertical da produção de hidrogênio. A Hyliion pode vender seus sistemas para fabricantes de caminhões existentes.

Todas enfrentaram obstáculos porque construir carros, e ser uma empresa automobilística, é difícil e requer bilhões de dólares em capital inicial e capital de giro.

Nenhuma dos sete está perto de obter lucro, de acordo com estimativas de Wall Street agregadas pela FactSet. XPeng, NIO, Polestar Automotive, Lotus Technology, Lucid, VinFast Auto e Rivian Automotive também não são lucrativas. Essas sete ainda têm valores de mercado superiores a US$ 1 bilhão cada.

Hoje, o valor de mercado desse grupo é de aproximadamente US$ 58 bilhões combinados. No seu pico, o valor era de cerca de US$ 650 bilhões de dólares. O pico foi ajudado pelas fortes negociações iniciais da VinFast, que elevou o valor de mercado daquela ação para mais de US$ 200 bilhões.

Hoje, apenas três fabricantes de veículos elétricos geram lucros consistentes: Tesla, BYD e Li Auto. Essas três valem cerca de US$ 650 bilhões juntos. No auge, o trio valia cerca de US$ 1,4 trilhão.

No geral, o valor de mercado combinado dos fabricantes de veículos elétricos é de cerca de US$ 700 bilhões de dólares – a Tesla representa cerca de 75% do total –, uma queda de US$ 1,5 trilhão em relação ao pico.

A maior parte do pico de valor de mercado ocorreu no primeiro semestre de 2022. Isso, para os investidores, foi o auge do setor de veículos elétricos.

Os valores máximos de mercado para GM e Ford Motor ocorreram no primeiro semestre de 2023, segundo a Bloomberg. Essas duas também foram arrebatadas pela esperança nos carros elétricos.

As três montadoras de Detroit, GM, Ford e Stellantis, controladora da Chrysler, têm um valor de mercado combinado de cerca de US$ 185 bilhões. Seu valor máximo foi de cerca de US$ 320 bilhões.

GM, Ford e Stellantis são lucrativas e fabricam carros elétricos. Elas podem ganhar sua parte nos negócios do setor no futuro. Os investidores, no entanto, nunca as avaliaram como as ações de startups carregadas de crescimento.

Toyota, hoje, vale cerca de US$ 383 bilhões. Seu pico de valor de mercado ocorreu em 6 de março. Ainda não vende muitos veículos elétricos a bateria, mas seus híbridos ainda são os mais vendidos.

 

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.