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Grupo Asamar comemora 80 anos

26/09/2012

Uma história de família. Assim pode ser compreendida a comemoração dos 80 anos do Grupo Asamar, que reúne empresas como Ale Combustíveis, Codeme Engenharia S.A. e Ativas – empresa de Tecnologia da Informação (TI), entre outras, em ramos tão diferentes como incorporações, construções em aço, produção e distribuição de petróleo, hotelaria, tecnologia da informação e energia renovável.
O grupo surgiu em 1932 pela união de tês amigos na cidade de Ouro Preto, na região Central do Estado. Alberto Woods Soares, Amynthas Jaques de Moraes e Antônio Faria Ribeiro se uniram para possibilitar melhores oportunidades de trabalho, em um Brasil que começava a dar importância ao processo de industrialização e que precisava, assim como hoje, investir em infraestrutura.
Juntando as iniciais do primeiro e o último nome de cada um dos sócios, surgia o Grupo Asamar, que atualmente tem abrangência nacional, controla mais de 20 empresas, gera quase dois mil empregos diretos e mais de 15 mil indiretos.
Discretamente, a comemoração vai reunir colaboradores e acionistas em dois eventos nesta semana. Segundo o diretor corporativo do grupo, Roberto Mário Gonçalves Soares Filho, essa é uma forma de manter uma tradição. “Sempre trabalhamos sem muito alarde, mineiramente. Esse até pode ser um momento que mereceria mais festa, mais comunicação com o público externo, mas preferimos comemorar com aqueles que estão no dia a dia, batalhando conosco”.
A longa trajetória parece impregnar o ambiente e é contada com orgulho pelo conselheiro do Grupo Asamar, Alberto Luiz Gonçalves Soares. O engenheiro está no grupo desde 1951, quando seguiu os passos do pai e se formou em engenharia. “Na época em que a empresa começou, não havia grande necessidade de formalização. Mas havia entre os três um espírito muito profissional. Eles se esforçavam para não misturar os universos familiares e de trabalho. Trazemos isso até hoje, o que é uma das chaves para a longevidade do grupo”, analisa Soares.
Aos poucos, conquistando novas obras a empresa sentiu que era hora de se estabelecer no Rio de Janeiro. Na Capital Federal eles podiam garimpar as melhores oportunidades, já que era possível conversar diretamente com o governo. Até às vésperas do início das obras para a construção de Brasília, os negócios progrediam. “Quando começou toda a movimentação para construção da nova capital o ambiente mudou. Ali surgiram as grandes construtoras que ainda existem e o modo de tratar de negócios se modificou. Não nos adaptamos àquele universo e esse foi um momento decisivo, ou diversificávamos nossas atividades ou desistíamos”, lembra o empresário.
No fim da década de 1960 surgia, então, em Montes Claros, na região Norte do Estado, a cimenteira Matsulfur. O projeto também serviu para segurar o jovem engenheiro perto da família. “Como engenheiro industrial, eu tinha a ideia de trabalhar com a fabricação de estruturas metálicas, mas me convenceram a continuar no grupo até que as coisas se estabilizassem. O projeto da Matsulfur era desafiador e havia no Brasil um ambiente favorável para ele”.
As dificuldades se concentravam no campo da logística. Instalada próxima a uma excelente fonte de matéria-prima, a empresa sofria com o relativo isolamento de Montes Claros. Apesar dos percalços a indústria cresceu abastecendo, principalmente, o mercado baiano. No fim dos anos de 1970 o governo federal obrigou as fábricas de cimento de todo o país a trocar o óleo combustível por carvão. 
Energia – Foi então que os empresários descobriram o que viria a ser uma nova tendência e mais uma vocação no futuro: a geração de energia por fontes alternativas. “Passamos a administrar uma floresta plantada e gerar o nosso próprio carvão. Essa não era uma atitude comum no Brasil e conseguimos dominar bem o processo. Certa vez, recebemos a visita de empresários do Sri Lanka interessados no negócio. Chegamos a pensar em mandar um dos nossos diretores para o país asiático, mas não deu certo”, diverte-se Soares.
Mas os anos de 1980, que ficaram conhecidos como a década perdida, também fizeram estragos no setor cimenteiro. Mal visto pela população, constantemente acusado de cartelização, sofria com a interferência da Conselho Interministerial de Preços (CIP). “Era praticamente uma cartelização, só que administrada pelo governo. Ele dizia o quanto podíamos produzir e por qual preço vender. Isso engessava o setor”, relembra.
Agronegócios e combustíveis
Nesse cenário pouco favorável da década de 80, a empresa investiu pela primeira vez em um agronegócio. A fazenda em Jequitaí, também na região Norte do Estado, de 35 mil hectares, chegou a ter 14 mil deles irrigados e se dedicava à produção de sementes. Apesar do esforço, o negócio não deu certo, evidenciando mais uma vez a vocação industrial do grupo. A chegada das grandes multinacionais do cimento ao Brasil nos anos de 1990 determinaram a segunda guinada para o Asamar.
“A força das multinacionais era irresistível e todas as indústrias nacionais foram vendidas. Fizemos um plano e conseguimos um bom resultado. Apuramos o equivalente a 70% do patrimônio do grupo e passamos pelo momento de decidir se continuávamos ou se nos separávamos e seria o fim do Asamar. A família Soares decidiu se manter unida e junto com alguns outros remanescentes criamos a Asamar S.A. da forma que ela funciona ainda hoje. E a parte que nos coube daquele capital deu origem à Ale”, revela Soares.
Hoje, a empresa é a quarta maior distribuidora de combustíveis do país, com uma rede de 1.750 postos em 22 estados. São cerca de 12 mil colaboradores diretos e indiretos, que ajudam a comercializar e distribuir 350 milhões de litros de combustíveis para 5 mil clientes. A meta da companhia é atingir, até o fim do ano, o faturamento de R$ 8,1 bilhões e ter uma rede com 2,5 mil revenda. 
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