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Grupo Zema fatura com distribuição de petróleo
05/01/2016
Em um cenário de retração da economia nacional, o grupo Zema, com sede em Araxá (Alto Paranaíba), conseguiu alcançar um crescimento de 3% no faturamento em 2015, que ficou em R$ 3,5 bilhões. Apesar da forte tradição no varejo, o que impediu que o resultado ficasse no vermelho foi a área de distribuição de petróleo.
A Zema Companhia de Petróleo fechou o ano com um crescimento de 42% no faturamento e vendas 23% maiores em termos de volume. Somente nesse braço da empresa, houve um investimento de R$ 20 milhões no ano passado, segundo o presidente da companhia, Romeu Zema.
De acordo com o empresário, existem duas principais justificativas para o braço de distribuição de petróleo seguir na contramão da economia ruim. O primeiro é o fato de ser um segmento inelástico. Ou seja, a demanda por petróleo não é reduzida na mesma proporção de queda na economia, como ocorre com o varejo. Além disso, o grupo passou a atuar em novas localidades como Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal. “Nós ampliamos nossas bases enquanto outros distribuidores de pequeno porte recuaram. Dessa forma, o mercado expandiu para nossa empresa porque a concorrência também ficou menor”, afirma.
As projeções para 2016 são de mais um ano dependente dos resultados do petróleo para haver crescimento do grupo. O projetado é uma alta entre 15% e 20% no faturamento da parte de distribuição do petróleo, que levará a uma alta entre 4% e 5% global do grupo.
Já na ponta do varejo, que até então era o carro-chefe do grupo, a realidade não é tão positiva. Havia uma expectativa de crescimento da ordem de 18% no faturamento da Eletrozema em 2015. Entretanto, o efetivado foi um recuo de 11%, ao fechar o exercício com um montante de R$ 1,45 bilhão.
O plano de investimentos da empresa incluía abrir 50 lojas no ano passado. Porém, a ampliação foi de 17 lojas em diversos Estados. Isso sem contar com o quadro de funcionários que saiu de 7 mil para 6 mil no período.
Corte – O quadro pode piorar em 2016. Isso porque está sendo feito um levantamento para avaliar quantas unidades devem ser fechadas. “Nós devemos desativar unidades que se mostrarem inviáveis economicamente. O objetivo é reduzir nossos custos nessa fase de baixa na economia”, afirma. Dessa forma, o plano de investir cerca de R$ 50 milhões na abertura de 50 lojas no ano foi cancelado. Em termos de resultados, essa operação de contenção dos custos visa levar a parte de varejo da empresa a alcançar o mesmo faturamento de 2015.
A falta de otimismo se justifica nas expectativas quanto à economia nacional. Romeu Zema pondera que, enquanto houver baixo crescimento econômico e dificuldade de acesso ao crédito, a situação do varejo não deve melhorar. “Até o momento, o governo não sinalizou nenhuma intenção de realizar mudanças nesse sentido. Então nossa realidade não deve mudar também”, afirma. Ele explica que a demanda por bens duráveis é mais elástica, sendo dependente do cenário econômico. Até porque muitas pessoas adiam a troca dos eletrodomésticos por falta de recursos e opta pelo reparo dos antigos.
Quanto ao Centro de Distribuição de Leopoldina, que foi desativado pela empresa, deverá permanecer fechado pelos próximos três anos. “A queda nas vendas foi muito grande. Acho que não vamos retomar o nível de crescimento antes dos próximos três anos”, garante.
Fonte: Diário do Compercio