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Israel x Irã: nova gasolina é opção contra alta nos preços durante guerra

18/06/2025

Fonte: UOL

O recente conflito entre Israel e Irã já causou uma disparada no preço internacional do petróleo, afetando vários setores da economia global e trazendo o temor de encarecer a gasolina nos postos de combustível do Brasil e de outros países mundo afora.

Situação não é nova é repete cenário já observado quando a guerra entre Rússia e Ucrânia teve início, há pouco mais de três anos. Para reduzir a dependência do petróleo e não ficar refém de variações no respectivo preço causadas por guerras, cientistas já desenvolveram um tipo de gasolina produzida sem uma gota sequer do óleo de origem fóssil.

Trata-se da gasolina sem petróleo, também conhecida como gasolina sintética ou e-fuel. Ainda disponível em pequena escala, tal produto será obrigatório nos carros da Fórmula 1 a partir do ano que vem para tornar a principal categoria do automobilismo mais sustentável – esse é outro apelo da nova gasolina: compensar, na respectiva produção, a emissão de poluentes resultantes da sua queima no motor.

A gasolina sem petróleo também é desenvolvida por montadoras e outras empresas que estão de olho em um futuro no qual o petróleo será cada vez mais escasso e os limites de emissões, mais restritos.

Em tempos de carros elétricos e híbridos, o combustível de origem sintética dará uma sobrevida aos veículos a combustão e sua produção utiliza como matéria-prima hidrogênio e o dióxido de carbono disponível na atmosfera.

O governo alemão e marcas como Audi e Bosch têm investido nessa tecnologia.

Fórmula 1 vai adotar e-fuel

Ao mesmo tempo, a Fórmula 1 avalia a adoção do e-fuel a partir de 2026, quando deverá entrar o novo regulamento de motores, mantendo a propulsão híbrida já adotada, porém com o novo combustível e mais eletrificação. Esse seria o caminho para a mais importante categoria do automobilismo mundial não migrar, ao menos por ora, para motores totalmente elétricos.

A expectativa é de que a novidade, quando chegar aos consumidores, garanta a sobrevida dos motores a combustão interna, seja de forma “pura” ou com algum nível auxílio elétrico. Hoje, tudo indica que propulsores convencionais estão com os dias contados por conta dos limites cada vez exigentes dos governos em relação às emissões de poluentes.

A gasolina sem petróleo também contribuiria para combater o efeito estufa, que tem o dióxido de carbono entre seus principais vilões, e, de quebra, encerraria a dependência de um recurso natural que inevitavelmente irá acabar e tende a ficar cada vez mais caro.

De acordo com o engenheiro Everton Lopes, os combustíveis sintéticos têm a vantagem, como o etanol, de neutralizar na respectiva produção o carbono resultante de sua queima, além de aproveitar a infraestrutura atual de abastecimento.

Podem ser extraídos na forma de gasolina ou diesel e, portanto, não exigem alterações nos motores que utilizam a versão fóssil desses combustíveis.

Custo de produção ainda é muito alto

A perspectiva de benefícios econômicos e ambientais proporcionados pela gasolina sintética é alentadora, porém sua produção ainda é cara ante a gasolina tradicional, destaca o engenheiro.

O desafio, afirma, é reduzir o custo da extração do hidrogênio necessário para fazer a gasolina sintética, a partir de um processo conhecido como eletrólise.

“É a grande a quantidade de eletricidade utilizada para separar o hidrogênio presente na água. Essa energia deve, preferencialmente, ser de origem limpa, como solar, eólica ou de hidrelétricas”, pontua Lopes.

“O combustível sintético já era usado pela Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e, desde então, as pesquisas têm evoluído. Porém, o petróleo ainda é muito mais fácil e barato de ser obtido e refinado”, conclui.

O hidrogênio é a grande aposta de países como a Alemanha para renovar sua matriz energética.

Além de servir para sintetizar combustível líquido, o gás também é visto como opção às caras e pesadas baterias de veículos a propulsão elétrica. Por meio das chamadas células de combustível, incorporadas a automóveis, o hidrogênio gera eletricidade para impulsionar as rodas. Modelos como o Toyota Mirai já trazem essa tecnologia e são abastecidos com hidrogênio.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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