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O mundo movido pelo petróleo

23/09/2013

Desde que o imperador Nabucodonosor, no século VI a.C. mandou construir os Jardins Suspensos da Babilônia, com seus terraços sustentados por tijolos revestidos de betume (uma forma de petróleo conhecida na Antiguidade), até o século XVIII, quando começou a ser utilizado comercialmente, o petróleo revolucionou o mundo. Nenhuma fonte de energia tem a sua importância geopolítica, já que ele constitui a base da economia produtiva mundial e pode ser transportado ao redor do planeta com relativa facilidade. Além de gerar combustíveis como gasolina, óleo diesel e querosene de aviação, o petróleo é também a base de diversos produtos industrializados, que vão de parafina e nafta petroquímica a tecidos e plásticos.
Vivemos numa sociedade cuja economia gira em torno desse combustível fóssil. Seu risco de esgotamento vem sendo cantado em verso e prosa mas, a cada ano, mostra ainda ter muito gás para queimar — ou produzir. As reservas globais de petróleo provadas atingiram 1,6 trilhão de barris no fim de 2012, quantidade suficiente para garantir exatos 52 anos e nove meses de produção mundial de energia. Os dados são da edição 2013 do Relatório Estatístico Anual da British Petroleum (BP). Segundo o estudo, ao longo da última década, as reservas globais de petróleo cresceram 26%.
No Brasil — cujas reservas apontadas pela BP atingiram no ano passado 15,3 bilhões de barris —, a indústria de petróleo e gás representou 12% no PIB do ano passado e pode quase dobrar até 2020, chegando a 20%, segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). A estimativa é endossada pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), que prevê uma geração de 2,5 milhões de empregos no setor nesse período e US$ 400 bilhões em novas demandas por equipamentos e serviços.
E a GE Oil & Gas vem se preparando nos últimos anos com investimentos em inovação, expansão de sua base de produção de equipamentos e prestação de serviços para atender o novo ciclo de expansão da produção decorrente da exploração do pré-sal, descoberto em 2007. Considerando-se as estimativas conservadoras, que apontam que o pré-sal possui reservas da ordem de pelo menos 60 bilhões de barris de petróleo, o País tem chances de entrar para a lista das dez maiores potências petrolíferas até 2030, ultrapassando Estados Unidos e Líbia, de acordo com o relatório da BP.
“Explorar o potencial do mercado brasileiro de petróleo e gás exige contínuo investimento em pesquisa e inovação. O Brasil é um mercado chave para o crescimento da companhia nos próximos anos, e a GE está bem posicionada, com fábricas e o Centro de Pesquisas Global no Rio de Janeiro, para continuar participando desse processo histórico de novas descobertas”, diz João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina.
GE Oil & Gas emprega mais de 2 mil pessoas no País e conta com seis unidades fabris
A GE marcou sua entrada no setor em 1994 ao adquirir participação majoritária da Nuovo Pignone, fabricante de máquinas e equipamentos para a indústria petroleira, de Florença, Itália, dando o start à GE Oil & Gas. Hoje ela é líder mundial em tecnologias e serviços avançados, com 43 mil funcionários, atuando em mais de 100 países, apoiando clientes em toda a indústria, desde a extração, o transporte, até o uso final. Essa posição de liderança foi conquistada com uma agressiva política de aquisições. A GE Oil & Gas investiu globalmente
mais de US$ 13 bilhões desde 2007 em aquisições que tiveram impacto no Brasil.
Na unidade de Jandira (SP), são fabricadas cabeças de poço e árvores de natal. A cabeça de poço é um equipamento que fica entre a parte interna e a parte externa do poço de petróleo e ajuda a controlar a pressão do petróleo que é extraído da terra ou do fundo do mar. A árvore de natal é uma peça que fica na parte externa do poço de extração. Sua função é distribuir o petróleo que sai do poço para os equipamentos que iniciam o refino do produto.
Uma das peças fundamentais no tabuleiro da GE Oil & Gas é a unidade de Macaé (RJ), fundada em 2001, hoje sua mais moderna base no mundo a oferecer serviços de instalação, inspeção, manutenção, reparos e operação de equipamentos utilizados na perfuração e produção de petróleo, além de atividades offshore, com fabricação de tubulares para o revestimento de poços. No ano passado, foram concluídas as obras de ampliação que triplicaram o tamanho das suas instalações e envolveram investimentos no valor de US$ 32 milhões.
Outra base importante na estratégia da GE Oil & Gas é a fábrica de Niterói (RJ), onde são produzidos dutos flexíveis para exploração de petróleo e gás natural. Esses dutos saem da fábrica em carretéis gigantes e são produzidos para resistir às condições extremas de temperatura e pressão, assim como tensão física e corrosão. Além disso, têm garantia total contra vazamentos. A unidade de Niterói é resultado da aquisição internacional
da Wellstream, uma multinacional britânica que era dona da fábrica. O passo da GE em direção ã fabricante de dutos foi dado com olhos no Brasil, apontam especialistas. Mirando as cifras que serão geradas com operações em águas profundas, a GE Oil & Gas quer fortalecer sua atuação no País, tanto que, no ano passado, anunciou investimento de US$ 200 milhões na ampliação dessa fábrica.
Inovação tecnológica e expansão da base industrial para atender os clientes
A preocupação com a inovação tecnológica e o aumento do conteúdo nacional nos equipamentos que produz fizeram da GE Oil & Gas um importante fornecedor de soluções para a Petrobras, seu maior cliente. No ano passado, as duas empresas assinaram um acordo bilionário, no valor de R$ 2,28 bilhões, pelo qual a GE Oil & Gas fornecerá equipamentos necessários para a exploração de poços de petróleo. Mais de 75% dessas peças serão feitas no Brasil. Todos os equipamentos serão produzidos na unidade da GE Oil & Gas em Jandira (SP), onde foram investidos US$ 30 milhões nos últimos anos para ampliar a capacidade de produção e modernizar a operação.
Do poço à bomba de combustível
Com a Helix™ 1000, a Wayne inova no mercado
A GE Oil & Gas oferece soluções que vão desde equipamentos usados na boca dos poços para extração de petróleo, geradores de energia nas plataformas, até bombas para postos de combustíveis. Em agosto deste ano, ela apresentou a bomba de combustível Wayne Helix’” 1000, uma inovação nesse mercado. Trata-se de mais um integrante da família Helix, com um design moderno, característico da linha Wayne, e a conveniência de um modelo menor, adequado para uma grande variedade de postos. Ela estará disponível a partir de 2014, para clientes na América Latina, Europa, Oriente Médio, Africa e Ásia-Pacífico,
A Helix” 1000, como os demais modelos da linha, reúne o que a Wayne tem de melhor em termos de tecnologia avançada, segurança e design inteligente. Ela apresenta inovações tecnológicas, como display com dígitos brancos em fundo preto, separação de áreas limpas e sujas para facilitar a limpeza, além de melhor exposição da marca e bandeira do posto de abastecimento. Desenhada para atender a especificações técnicas de mercados em crescimento, tem o objetivo de conquistar mais clientes no mundo.
Para onde caminha a produção mundial de óleo e gás
Novas tecnologias devem aumentar a eficiência, a produtividade e a segurança na exploração do petróleo
O que nos reserva o futuro num quadro onde a demanda mundial de energia crescerá mais de um terço até 2035? O cenário é traçado pelo World Energy Outlook 2012, produzido pela Agência Internacional de Energia (AIE), no qual a China, a Índia e o Oriente Médio representam 60% desse aumento. Desde meados do século passado, discute-se o fim da era do petróleo e, mais recentemente, especialistas passaram a prever o fim do pico de produção — hoje, o mundo produz 90 milhões de barris/dia de petróleo.
O petróleo fácil está acabando, ou seja, aquele extraído em terra ou em águas rasas
Qual seria esse pico é a pergunta ainda sem resposta, e os questionamentos atuais são resultado muito mais das oscilações da economia global que afetam demanda e produção do que de um esgotamento das reservas mundiais. “Eu também acredito que um dia vamos atingir um pico de produção, mas muito mais pela substituição por fontes de energia renováveis do que por esgotamento das fontes do petróleo”, observa Edson Nakagawa, líder da área de Sistemas Submarinos do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, um expert no setor, de reconhecimento mundial.
Na opinião de Nakagawa, nos próximos 20 a 30 anos, petróleo e gás continuarão sendo muito relevantes na matriz energética mundial. “Quão relevantes serão é difícil prever. Talvez mais de 30% da energia global virá de hidrocarbonetos”, observa. A preocupação dos cientistas de todo o mundo é desenvolver novas tecnologias para ajudar a usar melhor, com maior aproveitamento e mais proteção ambiental, os recursos existentes. “O petróleo fácil está acabando, ou seja, aquele extraído em terra ou em águas rasas. A indústria petrolífera está caminhando para a exploração em águas profundas e superprofundas”, diz Nakagawa. Novas fronteiras em regiões inóspitas como o Polo Norte, o Alasca e a Sibéria estão sendo abertas, exigindo tecnologias de exploração dessas bacias petrolíferas.
No Brasil, cada vez mais a produção se desloca para águas profundas — a exemplo do pré-sal, que começa a ser perfurado ao atingir o fundo do mar a uma profundidade de 2 mil a 2.500 metros. E a partir daí perfuram-se mais 3 mil metros para extrair o petróleo. “Sabemos que temos um grande desafio tecnológico pela frente, pois no Brasil mais de 90% da extração do petróleo é feita em águas profundas”, diz Nakagawa. O Centro de Pesquisas Global da GE em implantação no Rio de Janeiro vem discutindo com as operadoras de petróleo propostas de projetos específicos para ajudá-las a enfrentar os desafios que terão pela frente.
Recuperação de poços
Os cientistas internacionais também estão buscando soluções para obter taxas de recuperação do petróleo nos poços em operação no mundo. Hoje, na média mundial, 40% do petróleo é extraído e mais da metade fica no poço e é abandonada. “Existem reservatórios que não conseguem produzir mais de 25% do volume total do óleo existente, pois ele é muito viscoso.
A medida que se produz, a vazão vai diminuindo”, explica o especialista. O desafio é desenvolver tecnologias para recuperar o petróleo e o gás desses poços de uma maneira economicamente viável. “Poços abandonados podem ser reativados com novas tecnologias.”
Na média mundial, 40% do petróleo é extraído e o restante é abandonado
A mais simples delas, em uso em vários países, é injetar água no reservatório, a partir de um poço, e fazer o petróleo fluir para os demais poços. Outra solução é injetar água com alguns polímeros e um sulfactante — como se “lavasse” o reservatório, conseguindo remover óleo dos poros da rocha. “Com isso se consegue produzir uma quantidade maior de petróleo.” Com o mesmo propósito, uma terceira solução em uso no mundo é a injeção de C02 nos poços. Vantagem adicional: “Dessa forma se consegue capturar e armazenar CO,, o que é um benefício para o ambiente”, observa Nakagawa.
O horizonte da exploração de petróleo é desafiador, mas também é animador. “Já está sendo pesquisada, por exemplo, a possibilidade de se transferir todo o processamento de petróleo das plataformas, na superfície, para o fundo do mar”, diz o líder da área de Sistemas Submarinos do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil. Esse é um dos setores em que o Centro de Pesquisas mais contribuirá, segundo Nakagawa. “Nosso foco é a exploração submarina e vamos buscar desenvolver tecnologias que possibilitem o processamento no fundo do mar.”
É o caso, por exemplo, da separação do petróleo, do gás, da água e da areia, incluindo sistemas de bombeio de fluidos para a plataforma, sistemas de eletrificação submarina e de transportes por tubulações. Nakagawa lembra que atualmente esse trabalho é realizado na plataforma, com mais riscos ambientais e custos mais elevados. “Quando conseguirmos fazer o processamento submarino, iremos melhorar a segurança operacional, uma vez que teremos menos pessoas trabalhando nas plataformas, aumentar as taxas de recuperação de petróleo e gás e, em consequência, a produtividade e a lucratividade de nossos clientes.”
Centro de Pesquisas Global da GE trabalha em parceria com as áreas de negócios
Investigar soluções em exploração submarina de petróleo será uma das relevantes contribuições dos pesquisadores
Formado em engenharia civil pela Escola de Engenharia de Piracicaba (SP), com mestrado em engenharia de petróleo, pela Universidade de Ouro Preto (MG), e doutorado em engenharia de petróleo, pela Louisiana State University, nos Estados Unidos, Edson Nakagawa não hesitou em interromper sua carreira de pesquisador no Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation, na Austrália, quando a GE lhe fez uma proposta irrecusável: liderar o Centro de Excelência de Sistemas Submarinos da GE. A unidade faz parte do Centro de Pesquisas Global da GE que a empresa está construindo no Rio de Janeiro e deverá ficar pronto no ano que vem. O Centro já é parceiro estratégico das unidades de negócios da GE, entre elas a GE Oil & Gas.
O que fisgou o engenheiro foi a oportunidade de liderar um time de profissionais para desenvolver pesquisas com ênfase em exploração submarina de petróleo, especialmente no pré-sal. “A área de sistemas submarinos do Centro de Pesquisas ainda está começando, a capacitação e projetos estão sendo feitos em colaboração com nossos clientes”, diz ele.
O foco principal da sua equipe é buscar soluções e desenvolver tecnologias que permitam o processamento de petróleo, gás e água no fundo do mar — que hoje acontece na superfície, nas plataformas de petróleo. “O maior problema é separar e dar um destino à grande quantidade de água do reservatório”, observa. No mundo, para cada barril de petróleo a indústria produz três de água. No momento, a GE desenvolve na Europa produtos para separar água e petróleo no fundo do mar. “Quando nosso time do Centro de Pesquisas do Brasil estiver completo, vamos iniciar aqui esse tipo de estudo.”
Essa equipe deverá chegar a cerca de 40 pesquisadores e um dos objetivos é investigar novas tecnologias de perfuração que alterem o tamanho e o peso das plataformas para reduzir os custos de produção. Outra linha de pesquisa visa aumentar a confiabilidade e segurança dos equipamentos usados nos poços. “Depois do desastre no Golfo do México em 2011, essa é uma preocupação da indústria no mundo todo”, diz Nakagawa. Na ocasião, 11 pessoas morreram numa explosão na plataforma da British Petroleum e entre 3 e 4 milhões de barris de petróleo vazaram no mar.
Tecnologia embarcada para tirar petróleo do mar
Dos 29 navios-sonda encomendados para a exploração do pré-sal, 22 serão equipados pela GE
Enfrentar mares revoltos em águas profundas é rotina na exploração do petróleo, em especial quando se retira o insumo de debaixo das camadas do pré-sal. Mas, como é ali que o ouro-negro se encontra, é no combate às dificuldades de extraí-lo de lá que se concentra a mais elaborada tecnologia aplicada ao setor de petróleo e gás no Brasil. Entre as tarefas imprescindíveis, está a ansiosa busca pelo equilíbrio das embarcações que operam nos poços em alto-mar, como é o caso dos navios-sonda de perfuração. Acabam de ser encomendados 29 na categoria para a exploração do pré-sal, e começarão a operar em 2016. Em construção em quatro estaleiros, 22 deles serão equipados pela GE Power Conversion, o braço da GE Energy Management que trabalha para desenvolver soluções para o segmento de petróleo e gás.
“Iremos fornecer para os 22 navios-sonda do pré-sal sistemas elétricos de geração e distribuição de energia, sistemas de propulsão elétrica, sistemas integrados de posicionamento dinâmico e a parte de automação e controle”, explica Carlos Adrião, diretor comercial de Marine da GE Power Conversion para a América Latina. “Esses sistemas irão gerar energia, impulsionar e controlar a navegação, posicionar e automatizar os navios-sonda, bem como controlar o sistema elétrico do processo de perfuração. São soluções de engenharia para sondas de perfuração ou plataformas de produção.”
Setor de petróleo e gás é chave para venda de soluções elétricas para navios
O navio-sonda adapta-se a várias características e funções, entre elas a de trabalhar como uma plataforma semissubmersível — aquela estrutura comumente quadrada exibida em fotos estilosas sobre exploração de poços em águas profundas. O navio tem hoje tecnologia embarcada que o torna capaz de atuar na perfuração dos poços de petróleo situados na costa brasileira a mais de 10 mil metros da superfície do mar. Ao realizar uma operação de perfuração, ela precisa ficar imóvel em pleno alto-mar. Para tal, conta com um sistema chamado posicionamento dinâmico, baseado em um software com modelamento matemático que detecta a direção e força do vento e a força das correntes marítimas e faz uso de posicionamento via satélites, o familiar GPS. Se a embarcação é empurrada para um lado, o sistema de posicionamento dinâmico aciona as pás do barco na direção contrária. A imobilidade, nesse caso, é essencial e os sistemas do navio-sonda são acionados para que ele mantenha o equilíbrio para executar a sua tarefa fim.
A GE Power Conversion também trabalha com aplicação de processos de eletrônica para energia e automação industrial nos segmentos de gás natural, energia renovável, mineração e metalurgia. Esse negócio passou a fazer parte da GE com a aquisição, em 2011, da empresa francesa especializada no ramo, a Converteam. Foram investidos US$ 3,2 bilhões para a companhia acompanhar a tendência global de substituição de motores industriais por sistemas elétricos, na busca por eficiência energética, eletrificação e automação.
Foi em 1914 que surgiu o primeiro navio movido a eletricidade, o USS Júpiter, da marinha americana. Naquela época, os motores eram produzidos pela Converteam, então dedicada a sistemas que transformam o movimento mecânico em energia elétrica. Essa tecnologia evoluiu a ponto de tornar as embarcações autossuficientes, ao aproveitar a energia mecânica gerada pelo próprio navio. Ampliado pela GE Power Conversion, o conceito de navio elétrico ganhou o mundo. Hoje, está presente em centenas de navios, inclusive os de lazer, voltados para os cruzeiros turísticos, movidos com motores a propulsão elétrica.
No geral, as tecnologias para controle de processos, sistemas de automação e eletrônica de alta eficiência para energia, motores e geradores têm permitido a melhoria de produtividade. Mais de um quarto da eletricidade produzida no mundo utiliza motores elétricos em uma ampla gama de aplicações industriais. As soluções da GE Power Conversion auxiliam na melhoria da eficiência energética em 30% dos casos, entre outras razões, graças a redução no consumo de eletricidade e à diminuição de emissões de gases de efeito estufa.
No Brasil, em função do tamanho expressivo dos negócios no segmento, a presença dos sistemas e das soluções da GE Power Conversion tem se concentrado no atendimento às demandas de petróleo e gás. A empresa fornece produtos para vários tipos de embarcação, além das sondas de perfuração e plataformas de produção, como é o caso dos barcos de apoio e transporte de funcionários que trabalham em alto-mar, assim como soluções para estaleiros que também estão ampliando sua presença em função do pré-sal. No mundo, além das embarcações de transporte de passageiros e transporte em geral, a GE fornece tecnologia para as marinhas mercantes da rainha da Inglaterra, dos Estados Unidos e da França.
Para os negócios no segmento denominado globalmente de Marine pela GE, existem quatro mercados que são considerados chave além do Brasil — cujo tamanho da movimentação de negócios é estimado em US$ 5 bilhões, entre 2013 e 2018 —, os de Cingapura, Coreia do Sul, China e Noruega. Aqui, como conta Adrião, a maior preocupação da companhia é reforçar a presença com investimentos para fabricar equipamentos no País e fornecê-los com alto nível de conteúdo local, atendendo às solicitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e dos clientes locais.
GE Power Conversion busca eficiência elétrica para demandas do petróleo
No Brasil, a GE Power Conversion investiu recentemente US$ 20 milhões na construção de uma nova fábrica em Betim (MG). A unidade fabricará drives de média e baixa tensão (usados em motores), painéis elétricos de média e baixa tensão e, também, inversores de frequência. Esses equipamentos serão usados nas plataformas de exploração de petróleo e gás na costa brasileira. A nova fábrica terá 6 mil metros quadrados e gerará 400 postos de trabalhos diretos.
De maneira simplificada, ao se olhar para um esqueleto estilizado de uma embarcação, como o exposto abaixo, vê-se a linha de produtos oferecida pela GE Power Conversion. “Todo o portfólio tem por finalidade gerar energia e distribuí-la de maneira que ela possa ser utilizada para diversos fins dentro do navio em alto-mar”, explica Adrião. “Há sistemas de automação que permitem comandar todo o navio, e assim promover o posicionamento dinâmico, que dá estabilidade quando, por exemplo, a embarcação se aproxima de uma plataforma de produção, enfrentando as forças das correntes marítimas e dos ventos, porém sem risco de colisão.”
Um espaço dedicado à saúde da indústria
O Customer Application Center (CAC) promove a integração de soluções GE em seu máximo potencial
“É difícil explicar para um cliente o impacto que podem ter no negócio dele todas as soluções que a GE oferece. Então, fica mais fácil ter essa conversa visualizando esse universo de possibilidades em um espaço equipado com tecnologia de ponta e dedicado a essas demonstrações.” É com esse esclarecimento que Edgardo Torres, líder de Mea-surement & Control da GE Oil & Gas para a América Latina, resume a decisão global de a companhia ter aberto no Brasil, mais precisamente em Campinas (SP), um dos oito Customer Application Centers — ou Centros de Aplicações Tecnológicas (CACs) — que mantém pelo mundo. O mercado nacional é um dos focos da companhia. Portanto, nada mais natural do que ter aqui um dos locais onde estão reunidas réplicas de produtos, instrumentos de medição e controle do portfólio de soluções inovadoras para as áreas de energia, mineração, petróleo e gás, transporte e aeroespacial.
Depois de Campinas, será a vez do Rio de Janeiro ganhar uma unidade do CAC
Essas unidades de atendimento ao cliente estão instaladas, além de Campinas, em Houston, no Texas, e Minden, em Nevada, ambas nos Estados Unidos, assim como Florença, na Itália; Moscou, na Rússia; Seul, na Coreia do Sul; Xangai, na China; e Manama, em Bahrein. No Brasil, em um ano de atividade e após investimentos de US$ 5 milhões, o CAC já treinou 400 pessoas, sendo a maioria funcionários de empresas
Edgardo Torres, líder de Measurements Control da GE Oil & Gas para a América Latina, responde pelo CAC que adquiriram produtos da GE. Eles passaram por salas de estudos e demonstração equipadas com projeções em 3D, entre outras aplicações interativas, para ver exemplificado o funcionamento dos grandes equipamentos e maquinados, com destaque especial para os voltados aos negócios que envolvem o setor de petróleo. Há planos de uma nova unidade do gênero no Rio de Janeiro no primeiro semestre do próximo ano.
A GE é líder no fornecimento de soluções para o setor de petróleo e gás, com um vasto portfólio de produtos que vão de equipamentos para perfuração e exploração, como cabeças de poço e árvores de natal, passam por transporte, com tubos flexíveis e equipamentos de geração e controle de energia nas plataformas, assim como turbogeradores e compressores utilizados no segmento. A GE dispõe também de serviços de apoio, montagem e manutenção. Para que a integração dessas ferramentas e de suas especificidades seja conhecida e aproveitada com o máximo potencial e baixo índice de erros no manuseio, foi criado o CAC.
“Sem uma simulação realizada com os recursos que são oferecidos aqui, fica bem complicado expor o alcance de muitas alternativas que podem ser desenvolvidas para os clientes em situações de uso adequado a cada planta”, enfatiza Torres, ao lembrar que antes as apresentações do portfólio de produtos da GE eram realizadas apenas com o auxílio de tablets. Logo, sem suprirem a riqueza de detalhes encontrada agora nas salas de treinamento de Campinas. “Basicamente, é a diferença entre o teórico e o prático e isso aumenta a velocidade de aprendizado, já que o participante obtém maior familiaridade com o produto”, explica Torres. No CAC, durante os treinamentos, são simuladas situações que efetivamente podem acontecer no chão de fábrica, o que dá a oportunidade de se praticar como superar o impasse,
A simulação de situações críticas melhora a compreensão dos produtos como se ele estivesse sendo vivido na empresa naquele momento.
A unidade de Campinas foi montada na mesma área onde já funcionava um centro de engenharia, um centro de excelência para gerenciamento de projetos e até uma fábrica com capacidade para adaptar e integrar produtos da própria GE às demandas de clientes. Com esse complexo operando simultaneamente, há uma intensa circulação de profissionais de outras empresas em negócios com a GE. Essa condição amplifica e gera oportunidade de novos negócios a partir da experimentação proporcionada pela presença do CAC. “Graças a esse trânsito de pessoas, o espaço acaba funcionando também como um chamariz para outros negócios e assume uma função adicional de ser um marketing para a companhia como um todo”, acrescenta Torres.
Há diferença entre treinamento prático e teórico. Aprender in loco é mais eficiente
Entre as tecnologias à disposição, está o manuseio de sistemas de controles que gerenciam um ativo muito crítico. Numa refinaria, o coração da atividade fica por conta do turbo-compressor, que é uma máquina que desenvolve várias ações no processo de refino do petróleo. A GE fabrica o controle que integra tanto o compressor quanto a turbina. Qualquer falha nesse sistema gera estresse. Há várias decisões de risco que são tomadas no seu entorno. No CAC, há um simulador que demonstra como fazer a passagem para o controle integrado da GE e como obter ganhos com a aplicação dessa solução adequados às demandas específicas da refinaria.
No CAC, metade dos treinamentos realizados neste primeiro ano de atividades foi para os clientes de petróleo e gás. Cerca de 25% eram voltados para inovações em energia, e os restantes 25%, em necessidades diversas de outras áreas industriais. Há aprendizados de como lidar com sofisticados ultrassons usados para detecção de falhas e fissuras em peças feitas de aço, assim como vibração, temperatura e pressão das máquinas. Uma detecção relevante para assegurar a saúde de todo um processo industrial. Há medidores de umidade relativa do ar e de nível de C02 no ambiente, além de equipamentos de automação para hidrelétricas. Enfim, assim como nos hospitais há equipamentos para exames que desvendam o ser humano por dentro, na indústria pesada existe tecnologia para diagnósticos de quase tudo.
O paralelo com a saúde costuma ser utilizado pela GE junto aos seus clientes para reforçar a importância dos equipamentos para inspeção das condições das empresas, assim como se faz com os checkups preventivos das condições médicas de um executivo. Com eles dá para prever a saúde de uma companhia dona de ativos complexos. O monitoramento das condições operacionais do ma-quinário pode ser a melhor forma de aumentar a rentabilidade do negócio, antecipando decisões e evitando a suspenção da produção por um mês e os resultados do ano por conta de uma máquina quebrada.
O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.