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Órgãos e autarquias de Minas vão priorizar etanol para abastecimento de suas frotas; entenda

25/01/2024

Fonte: Itataiaia

No início desse mês, o governador Romeu Zema sancionou a Lei nº 24.652, que institui a Política Estadual de Incentivo ao Consumo de Etanol, biocombustível derivado da cana-de-açúcar capaz de trazer benefícios ambientais.

O objetivo da norma é fortalecer o setor sucroenergético e os produtores rurais, promovendo ações para a baixa emissão de carbono na agropecuária. Na legislação sancionada, o governo do estado prevê que os órgãos e autarquias do Executivo priorizem o uso do etanol para abastecimento da frota, desde que seja mais vantajoso à administração pública. O texto também prevê que, anualmente, no mês de junho, os carros, em geral, utilizem o etanol em função da celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente.

Além disso, todos os automóveis adquiridos com recursos de emendas parlamentares, individuais ou de bloco, deverão ser equipados com motores flex.

A partir da nova lei, o estado também se compromete a estimular as empresas sediadas em território mineiro “a aderir a campanhas internacionais de redução das emissões de carbono e a se comprometer com o consumo preferencial de etanol em suas frotas de veículos flex”.

Desde março de 2023, o Sistema Faemg Senar também aderiu à descarbonização, priorizando o etanol em sua frota. No período, os automóveis percorreram mais de um milhão de quilômetros em todo o estado, evitando a emissão de mais de 122,3 toneladas de CO2 equivalente. O volume corresponde ao plantio de 856 árvores que seriam necessárias para absorver e compensar os gases emitidos. Um cálculo da campanha aponta que se cada veículo flex da frota mineira rodasse 100km por mês com etanol seriam evitadas as emissões de 832.984,8 toneladas de CO2 equivalente por ano. Para compensar esse valor seria necessário plantar quase 6 milhões de árvores em um ano.

A Itatiaia conversou com Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), sobre o assunto. Confira:

Como você vê a Política Estadual de Incentivo ao Consumo de Etanol, assinada pelo Zema?

Estamos vendo, com muita alegria, tanto na esfera pública, quanto na privada, muitas empresas estabelecerem regras internas para a substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis. Em outros locais do mundo não há essa possibilidade. A única estratégia que eles têm é a eletrificação da frota de veículos.

Na sua opinião, porque ainda existe resistência ao uso do etanol? Não deveria ser algo natural, em se tratando de um produto que causa menos impactos ambientais?

Essa questão de entender a percepção do consumidor é sempre um desafio. Para algumas pessoas, o etanol é um substituto ‘imperfeito’ da gasolina porque com um tanque de etanol você roda menos. É mais barato, mas você roda menos. Isso é um fato. Por outro lado, há ganhos, além de alguns reais a mais no bolso. O mais importante deles é o ambiental, a descarbonização, o conceito da empregabilidade, de fortalecer a indústria e o agro brasileiros… É importante que o consumidor entenda que quando ele substitui a gasolina pelo etanol, está ajudando a economia do Brasil crescer muito mais.

O que você espera a partir dessa nova Lei sancionada pelo governador?

Minas Gerais, pela sua população, é o segundo Estado em consumo de combustíveis no Brasil. A nova lei carrega um apelo muito forte para que outros estados adotem a mesma orientação de usar etanol nos carros e viaturas oficiais. É ótimo exemplo a ser seguido por outros municípios e estados país afora. Acredito ser, inclusive, uma medida pedagógica.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.