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Preços dos combustíveis têm alta expressiva em Belo Horizonte

16/09/2025

Fonte: Diário do Comércio

Os preços dos combustíveis em Belo Horizonte aumentaram expressivamente nos últimos dias, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). De uma semana para a outra, o etanol hidratado registrou uma alta de 5,12%, enquanto o valor da gasolina comum subiu 3,26% e da aditivada, 2,49%. Todas as elevações estão bem acima do avanço médio registrado em Minas Gerais e nas outras capitais da região da Sudeste.

A forte alta geral vem em um momento sem anúncios por parte da Petrobras de aumento no preço praticado na venda de combustível às distribuidoras. Entre as causas, estão os preços da produção das usinas de cana-de-açúcar, barreiras logísticas da região e uma alta nas margens de lucro das distribuidoras e dos postos de combustíveis.

Enquanto em Belo Horizonte a gasolina comum está a R$ 6,32/l, em São Paulo o valor é de R$ 6,14. No Rio de Janeiro e em Vitória os preços estão abaixo dos seis reais: R$ 5,94/l e R$ 5,90/l, respectivamente. Já a gasolina aditivada custa R$ 6,58/l na capital mineira, R$ 6,14 na capital paulista, R$ 6,30/l na carioca e R$ 6,07/l na capixaba. Já o etanol hidratado tem preço de R$ 4,51/l em Belo Horizonte, é vendido a R$ 4,15/l nos postos paulistas, a R$ 4,41/l nos postos cariocas e a R$ 4,42/l nos postos capixabas.

As outras capitais do Sudeste registram oscilações nos preços do etanol e da gasolina comum e aditivada na última semana, mas as variações raramente ultrapassaram 1% e, em alguns casos, houve queda no preço.

Nas últimas semanas, os preços praticados pelos produtores de cana-de-açúcar, observados no índice semanal Cepea/Esalq, registraram sucessivos aumentos. O indicador do custo do etanol hidratado até caiu 0,06% na última semana, mas a queda veio após uma escalada nas últimas quatro semanas anteriores. O índice do etanol anidro, que é adicionado à gasolina, subiu 2,85% na última semana. Assim como no caso do hidratado, o anidro também registrou quatro fortes altas e uma leve retração no preço nas últimas cinco medições.

O diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos, aponta que o crescimento dos preços na produção da indústria sucroalcooleira vem em conjunto com o aumento da composição da mistura obrigatória de etanol na gasolina, de 27% para 30%, junto do aumento do teor de biodiesel no diesel, de 14% para 15%, que entrou em vigor no início de agosto.

No caso de Belo Horizonte, afirma Ramos, há ainda o fato da cidade estar localizada em uma região mais distante das regiões produtoras de etanol no País em comparação com outras capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, o que pode impactar em um custo logístico maior para o álcool combustível na capital mineira.

Margens dos revendedores de combustíveis estão acima do esperado

O diretor do Ineep analisa ainda que, mesmo com uma redução nos preços dos combustíveis nas refinarias da Petrobras ou nas usinas de cana-de-açúcar, há também o fato de existir uma ampliação da margem de lucro dos atores do mercado que operam na distribuição e na revenda de combustíveis.

“Uma hipótese forte, que é um movimento que já vem ocorrendo há alguns meses, quando a gente pensa no preço final dos derivados de petróleo, é que as margens brutas, tanto dos atores que operam no elo da cadeia da distribuição e da revenda, têm se mantido acima do esperado”, avalia Ramos.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), em nota, justifica a alta expressiva nos preços dos combustíveis em Belo Horizonte pelo crescimento do custo do etanol nas usinas de cana-de-açúcar.

A entidade aponta que, desde o anúncio das novas composições de combustíveis, o preço do etanol anidro subiu R$ 0,28/litro nas usinas, enquanto o do hidratado aumentou R$ 0,26/ litro. O Minaspetro afirma que “a redução do preço do combustível é um anseio também do dono do posto” e que apresentou propostas para baixar o preço da gasolina, como autoabastecimento e correção de volume por temperatura na hora do carregamento do caminhão.

Diário do Comércio procurou a Associação da Indústria de Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia) para comentar o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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