Voltar

Notícias

Presidente da Gasmig defende a privatização da companhia

03/12/2021

Fonte: Diário do Comércio

Magalhães afirmou, durante audiência pública, que a privatização da Gasmig é uma necessidade | Crédito: Sarah Torres / ALMG

O presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Pedro Magalhães, afirmou ontem que a privatização da estatal é uma “necessidade” e que a empresa pode valer até R$ 8 bilhões. O assunto foi discutido em audiência pública na Comissão Extraordinária das Privatizações da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Magalhães, durante a audiência, enfatizou que ‘’a privatização da Gasmig não é porque quer privatizar, é por necessidade. O mercado mundial passa por uma crise, tem país em que o gás chegou a subir 300% neste ano. O ideal seria vender 51% no mínimo da Gasmig. A gente venderia, mas, num acordo de acionistas, o controle seria nosso’’, disse.

Magalhães estima que a empresa pode valer de R$ 6 bilhões a R$ R$ 8 bilhões. ‘’Se forem vendidos 51% das ações, entrariam de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões no caixa de Minas Gerais, e é um dinheiro que poderia ser investido no Estado’’, afirma.

O executivo revelou que o contrato com a Petrobras está sendo renovado e pode haver uma redução no preço final do gás natural. A expectativa dele é de que até o fim do ano o número de clientes chegue a 72 mil, em todo o Estado.

O secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Augusto de Faria,  defendeu também a privatização da companhia. “O governador Romeu Zema entende que o enxugamento da máquina é algo salutar. Nós entendemos que a privatização vai dar reforço de caixa e fôlego de investimento que a empresa não tem enquanto controlada pelo Estado”, disse Faria.

O secretário apresentou dados que mostram que as Companhias de Gás do Rio de Janeiro e de São Paulo, ambas privatizadas, já têm juntas 3,3 milhões de clientes, enquanto a Gasmig conta com apenas 61 mil clientes.

A empresa mineira só fornece gás a 36 dos 853 municípios do Estado. “Nosso desejo é que todas as cidades possam contar com o gás natural como combustível, para que Minas Gerais possa reduzir seus custos e avançar no Desenvolvimento Econômico”, afirmou.

Para que haja a privatização de estatais, é preciso aprovação da Assembleia. Questionado pelo presidente da Comissão Extraordinária das Privatizações, deputado Coronel Sandro (PSL), se o Estado já desenvolveu algum projeto sobre a forma de desestatização da Gasmig, o secretário adjunto disse que ‘’estudos visam abertura de capital sem perda de controle. Seria uma forma de trazer a iniciativa privada para conhecer o potencial da empresa, para quem sabe, no futuro, realizar a alienação da Gasmig’’.

Preço alto e demanda reprimida

A gerente de energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Tânia Santos, reclamou do preço do metro cúbico do gás vendido pela Gasmig. ‘’A tarifa em Minas Gerais ainda é maior que em outros estados. Esperamos que haja uma redução, como disse o presidente, porque esse preço atual inviabiliza o consumo por grandes empresas, como siderúrgicas’’, afirmou. Segundo a gerente, há uma demanda reprimida no Estado de um milhão de metros cúbicos de gás, o que poderia gerar mais empregos e lucros.

Tânia Santos defendeu uma regulação independente na Gasmig, ‘’já que é uma estatal regulada por uma secretaria do próprio governo. É preciso uma expansão da rede de fornecimento de gás natural e, principalmente, uma revisão do preço cobrado pela empresa. A privatização é importante, mas desde que seja com uma tarifa atrativa, interessante para o consumidor’’, concluiu.

Distribuidora exclusiva

A Gasmig é a distribuidora exclusiva de gás natural canalizado em todo o território mineiro, por outorga de concessão pelo Estado, atendendo aos segmentos industrial, comercial, residencial, gás natural comprimido (GNC), gás natural liquefeito (GNL), automotivo, cogeração/climatização e termelétrico.

A Gasmig é uma sociedade anônima sob o controle indireto do Estado de Minas Gerais, sendo seus acionistas a Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig (99,6%) e o Município de Belo Horizonte – PBH (0,4%). A companhia possui contratos de suprimento de gás de longo prazo com a Petrobras, capazes de garantir o abastecimento do mercado atual e de toda a expansão planejada para Minas Gerais.

A audiência na Assembleia faz parte de uma série de reuniões programadas para avaliar as empresas controladas pelo Executivo com potencial de privatização, a viabilidade e eventuais benefícios.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.