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Redução de 4,6% no diesel não resolve defasagem do frete, aponta Setcemg

02/04/2025

Foto: REUTERS/Adriano Machado
Fonte: Diário do Comércio

Anunciada pela Petrobras, a redução no preço do diesel é encarada como insuficiente para aliviar os desafios enfrentados pelo setor de transporte com relação ao preço do frete. A medida, que entrou em vigor na terça-feira (1º), diminuiu em 4,6% (R$ 0,17) o preço por litro do combustível nas refinarias, com novo valor médio estipulado em R$ 3,55 por litro.

Embora seja considerada positiva, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) alerta que a ação não resolve o problema de defasagem do frete no Brasil, que ameaça diretamente a operação das transportadoras. “Os custos operacionais do transporte rodoviário vão muito além do combustível”, destaca o presidente da entidade, Antonio Luis da Silva Junior.

Segundo ele, o setor de transporte opera há alguns anos com uma defasagem significativa, que afeta a qualidade dos serviços e a rentabilidade das empresas. Altos custos de serviços, como manutenções em decorrência da atual situação da malha rodoviária no Estado, estão entre as principais queixas da categoria.

Além disso, o setor alega desafios com relação à disponibilidade de mão de obra, além de outras questões, como o tempo de carga e descarga não remunerado, como problemas que precisam de atenção para serem solucionados. “O que realmente precisamos é de uma estrutura de precificação justa, que considere todos os custos envolvidos. Sem isso, a redução pontual do diesel tem pouco efeito na realidade financeira das empresas de transporte”, pontua o dirigente.

Para avançar nas propostas da categoria, o Setcemg lançou recentemente uma campanha de conscientização que trata sobre as regras e legislações que regulamentam o setor e o impacto dessas medidas no preço do transporte. A partir da iniciativa, a entidade busca sensibilizar clientes, prestadores de serviço e órgãos reguladores sobre a importância de revisão no preço do frete, garantindo equilíbrio e sustentabilidade para o setor a longo prazo.

Com o novo preço do diesel, a Petrobras reforça que o combustível barateou R$ 0,94 por litro, representando recuo de 20,9% desde dezembro de 2022. Ao considerar a inflação do período, o recuo, segundo a estatal, pode chegar a 29%.

Os resultados apresentados, conforme destaca a presidente da estatal, Magda Chambriard, são fruto de estratégias que consideram fatores como o custo da produção de petróleo no Brasil e a participação da Petrobras no mercado consumidor. A intenção, segundo a dirigente, é evitar repassar ao consumidor flutuações bruscas dos preços internacionais, ampliando a competitividade da estatal para manter a relevância no mercado.

Preço do diesel nos postos de combustíveis volta recuar após 8 meses

De acordo com a recente análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o diesel comum no País apresentou valor médio de R$ 6,50 em março – um recuo de 0,31% na comparação com a média do mês anterior. A queda é a primeira observada desde junho de 2024, quando houve o último registro de retração no preço do combustível.

O diretor de Rede, Operações e Transformação da Edenred Mobilidade, Renato Mascarenhas, comenta que após sucessivos meses de alta, o preço mostrou novamente uma pequena queda. Apesar disso, o resultado ainda é considerado incapaz de refletir um impacto considerável da redução do diesel no transporte do consumidor final.

“Esse movimento acontece após o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), anunciado em fevereiro, e após meses nos quais fatores externos, como a valorização do petróleo e a instabilidade cambial, também vinham pressionando os custos do combustível, impactando diretamente o preço final ao consumidor”, pontua.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.
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