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Salvação dos carros a combustão? Porsche quer fabricar gasolina que não precisa de petróleo

09/12/2020

Fonte: Auto Esporte

Se já existe cerveja sem álcool e até carne sintética produzida em laboratório, por que não desenvolver uma gasolina que não depende de combustíveis fósseis? Em parceria com a alemã Siemens, a Porsche fechou um acordo para inaugurar uma fábrica experimental no Chile que produzirá “e-combustíveis” a partir de 2022.

A ideia é que, até 2024, 55 milhões de litros serão produzidos nessa “refinaria sustentável”, localizada na província de Magalhães. Petroleiras locais e outras empresas de energia também estarão envolvidas no projeto: obviamente, a Porsche será a primeira cliente da iniciativa e testará o desempenho do combustível em sua linha de veículos de competição.

A localização da fábrica não é por acaso: a região conta com boa localização de regime de ventos, o que permitirá a utilização de energia eólica para alimentar o sistema de produção de combustível.

A gasolina sintética tem alguma semelhança com a produção de biocombustíveis como o etanol, mas depende apenas de água e de dióxido de carbono (CO²) para a sua fabricação.

São utilizados eletrolisadores, que conseguem “separar” a água em seus elementos básicos, hidrogênio e oxigênio. Após esse processo, há uma combinação com o CO², formando uma substância conhecida como metanol.

Vale destacar, entretanto, que não se trata do mesmo álcool metílico derivado da destilação de madeiras ou da queima da cana-de-açúcar, que já foi usado por aqui como combustível. Sintético e com baixa toxicidade, esse metanol passará por um processo de melhoramento, sendo capaz de apresentar um rendimento até superior aos combustíveis tradicionais. Por conta de sua formação química, a queima do combustível é de baixa intensidade, sem a presença de componentes como o benzeno.

Outro ponto positivo é que esse composto pode ser distribuído em postos de combustível tradicionais, além de não exigir mudanças estruturais dos motores a combustão. Por outro lado, a tecnologia ainda é cara e depende de uma escala maior de produção para ficar mais acessível, enquanto o metanol em si é altamente tóxico para o humano.

Atualmente, outras empresas também têm investido na tecnologia, como a Audi, que vem desenvolvendo um projeto com a alemã Bosch. A tendência é que esse tipo de tecnologia possa conviver com os modelos movidos exclusivamente à eletricidade, com a presença de híbridos alimentados por combustível sintético.

O Minaspetro divulga notícias de outros veículos como mera prestação de serviço. Esses conteúdos não refletem necessariamente o posicionamento do Sindicato.