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SUV Corolla Cross Hybrid se destaca pela modernidade e eficiência do conjunto motriz
23/02/2024
Modelos eletrificados estão proliferando em nosso mercado. Essa categoria abrange veículos 100% elétricos e todos à combustão que são auxiliados por um ou mais motores elétricos.
E ela ganhou, em 2023, diversos concorrentes, principalmente entre os utilitários esportivos (SUV).
Mesmo assim, o “veterano” Corolla Cross foi o SUV híbrido mais vendido no fechamento do ano passado, registrando 12.116 unidades somadas entre as duas versões Hybrid existentes, segundo dados da Toyota.
O Veículos recebeu o Toyota Corolla Cross XRX Hybrid para avaliação, versão eletrificada mais equipada do modelo.
No site da montadora, seu preço sugerido na cor sólida branca é R$ 210,99 mil. Com qualquer uma das cinco cores metálicas o preço sobe para R$ 213,01 mil.
Todas as versões do Corolla Cross são vendidas com itens de série e sem opcionais. Os principais equipamentos desta versão são: teto solar elétrico com função antiesmagamento; sistema multimídia com tela podendo ser de 8, 9 ou 10 polegadas (ainda reflexo da falta de semicondutores); painel de instrumentos com tela TFT4 de 7 polegadas digital e colorido; ar-condicionado digital automático de duas zonas com sistema S-Flow e duto traseiro; banco do motorista com regulagem elétrica para oito ajustes; direção eletroassistida progressiva; espelhos retrovisores externos eletrorretráteis; sistema de destravamento das portas por sensores na chave e partida por botão; acabamento interno com partes revestidas em material sintético que imita o couro na cor bege; antena tipo barbatana de tubarão e rodas de liga leve de 18 polegadas com acabamento na cor preta, diamantada, e calçadas com pneus 225/50 R18.
Segurança
Em termos de segurança, essa versão é muito bem equipada. Os principais sistemas são: 7 airbags; assistente de pré-colisão (PCS) com alerta sonoro e visual e frenagem automática de emergência; alerta de ponto cego nos retrovisores externos; sistema de assistência de permanência de faixa (LTA) com função de alerta de mudança de faixa (LDA); controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC); farol alto automático (AHB); acendimento automático de faróis, luzes diurnas (DRL) e lanternas; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro com alerta de tráfego traseiro cruzado; faróis de neblina e dianteiros em LED e controle eletrônico de estabilidade e tração.
Motores
Tanto o sedan Corolla Hybrid quanto o Corrolla Cross Hybrid, contam com o mesmo conjunto híbrido. O propulsor a combustão é o 1.8 VVT-i 16V flex de ciclo Atkinson.
Aspirado, possui injeção indireta multiponto e seu cabeçote tem duplo comando de válvulas tracionado por corrente com variação de abertura apenas na admissão.
A taxa de compressão é de 13:1 e ele atinge potência máxima de 101/98 cv às 5500 rpm com etanol e gasolina, respectivamente, e um torque de 14,5 kgfm às 3.600 rpm com ambos os combustíveis.
O sistema conta com dois motores/geradores elétricos (MG1 e MG2) alimentados por baterias híbridas de níquel-hidreto metálico localizadas sob o banco traseiro. Juntos, eles somam 72 cv de potência e 16,6 kgfm de torque.
A potência máxima é de 122 cv quando todos os motores estão trabalhando ao mesmo tempo para o deslocamento do veículo. O torque total não é divulgado pela montadora, pois ele varia em cada regime de rotação dos três propulsores.
Câmbio
O câmbio é automático, denominado Hybrid Transaxle CVT. Na verdade, ele não é um sistema de polias cônicas tracionadas por correia metálica, como no tradicional sistema CVT.
Trata-se de uma caixa que aloja os dois motores geradores elétricos e três conjuntos paralelos de engrenagens que os acoplam seletivamente e tracionam os semieixos das rodas dianteiras.
O eixo de engrenagens do MG1 alonga-se para fora desta caixa para conectar o sistema ao motor a combustão. Essa conexão, em caixa anexa à principal, se faz por meio de planetária com engrenagens que também permitem o desacoplamento do motor flex quando ele é desativado.
Além de conectar os três motores, todas as engrenagens de ambas as caixas comutam as posições do câmbio que tem apenas uma marcha que varia continuamente.
Por fim, seu funcionamento é semelhantemente ao câmbio CVT, característica viabilizada pelo uso dos motores elétricos que entregam torque total em qualquer faixa de rotação.
Complexo, este sistema alterna o funcionamento dos motores elétricos entre gerador ou propulsor e ativa ou desativa o motor à combustão conforme a necessidade de tração ou de carregamento das baterias.
Elas também são alimentadas pelos freios regenerativos que acumulam a energia cinética gerada nas frenagens e a transforma em energia elétrica. Havendo carga na bateria, e pouca necessidade de tração, apenas os motores elétricos funcionam para economizar combustível.
Por meio de botões localizados em frente à alavanca de câmbio é possível selecionar quatro modos de funcionamento de todo o conjunto (Normal, ECO, Power e EV – Electric Vehicle) para maximizar o seu uso conforme demanda do condutor.
Garantia
As versões híbridas do modelo contam com garantia estendida de oito (8) anos para o sistema híbrido, que é composto por bateria híbrida, inversor/conversor, módulo de controle da bateria híbrida e módulo de controle de energia.
No visual, o SUV é muito distinto do sedan, pois a Toyota redesenhou todas as peças da carroceria. Ela usou a receita da moda, mas foi além.
Projetou uma frente nova, alta e robusta, e sustentou toda essa lataria em cinco hastes metálicas soldadas ao monobloco, um recurso simplista que também está presente no Volkswagen Nivus, por exemplo.
Ao contrário deste SUV compacto, a Toyota não aproveitou portas, laterais, para-lamas e teto do modelo doador.
Ela, inclusive, redesenhou todas as partes, com volumes mais avançados do que no sedan, isto é, todas elas foram afastadas do monobloco para que o SUV ficasse mais encorpado do que os três volumes.
Internamente, as diferenças são bem menores. Todo o painel principal é o mesmo nos dois modelos. A costura do acabamento que imita couro é o que os distingue.
Console central, painéis e puxadores das portas foram redesenhados. No mais, todas as peças internas são comuns a ambos.
Economia
Mesmo sendo um modelo de faixa superior de preço, a Toyota fez algumas economias no projeto do Corolla Cross.
Ao redesenhar o console central com mais espaço para objetos do que o existente no Corolla, ela eliminou o freio de mão, mas, não o substituiu por um botão de acionamento elétrico.
O antigo sistema de freio de estacionamento por pedal foi adotado. Poderia ser “justificado” por uma limitação técnica. Porém, em outros países, como nos Estados Unidos, o Corolla Cross tem comando elétrico para este freio.
Outro corte de custos foi aplicado à suspensão traseira. Deixou de ser independente com multibraço, como no Corolla, e passou a ser de eixo por torção. O modelo americano não recebeu essa mudança, permanecendo com o sistema mais eficiente.
Reduções e simplificações à parte, o Corolla Cross agrada bastante, pois ele herdou muito do DNA do Corolla.
A qualidade do acabamento, a ergonomia acertada e, principalmente, o comportamento dinâmico entregam um legado que não nega a origem do modelo.
Boa parte do painel principal e dos painéis das portas é revestida com materiais macios ao toque. As partes em plástico rígido foram bem injetadas e estão bem encaixadas.
Detalhes em prata e em preto brilhante (black piano) sofisticam o interior. Revestimento sintético dos bancos e dos apoios de braço, que imita o couro, tem costuras e perfurações que elevam a qualidade percebida na cabine.
Espaço
Quatro adultos e uma criança têm espaço de sobra no Corolla Cross, principalmente para cabeça e ombros. Na frente, pernas ficam igualmente bem acomodadas, atrás, menos do que no sedan Corolla.
O que explica isso é que o entre-eixos menor do Cross tirou parte do espaço traseiro. Mesmo assim, ele está na média dos concorrentes.
Os bancos são amplos e acomodam bem pessoas de todas as estaturas. A espuma rígida e as laterais pouco ressaltadas garantem conforto em longos percursos, mas não seguram muito o corpo dos ocupantes da frente.
Atrás, a possibilidade de inclinar um pouco o encosto permite posição mais confortável para viagens, por exemplo.
O porta-malas é menor do que o do Corolla, cabendo 440 litros (30 litros a menos). Nas versões híbridas, as baterias ocupam parte do espaço do tanque de combustíveis, com o volume deste caindo de 47 litros para apenas 36 litros.
Em medidas, eles continuam divergindo. O Corolla Cross tem 4,46 metros de comprimento (17 cm a menos que o Corolla), bem como a distância entre-eixos: 2,64 metros (6 cm a menos do que o sedan).
Já nas outras dimensões, o SUV dá o troco. São 1,82 metro de largura (4,5 cm a mais) e 1,62 metro de altura (16,5 cm mais alto do que o sedan). Sua carga útil é de 450 kg, 30 kg a mais. A capacidade de reboque é de 400 kg.
Os números para o fora de estrada são, evidentemente, melhores no SUV. São eles: 21° de ângulo de entrada e 36° de ângulo de saída.
Mas, o que chama atenção é a pequena diferença na altura livre do solo: são 16,1 cm, apenas 1,3 cm a mais do que no sedan.
Com desempenho apenas de “veículo familiar” foco é na economia de combustível
Em PWR, o consumo do Toyota Corolla Cross XRX Hybrid é máximo, motores elétricos e à combustão estão tracionando o carro.
Rodando em ECO, normalmente, apenas os motores elétricos estão ativados, podendo, em algumas situações, o motor à combustão estar funcionando em baixa rotação, em regime econômico.
Já em CHG, os motores elétricos estão funcionando como geradores, aproveitando o deslocamento por inércia e enviando energia para recarregar as baterias.
Usando o câmbio em “B”, essa regeneração é potencializada na mesma proporção em que o deslocamento do carro é retido.
Em uma página no multimídia é possível visualizar este processo mais detalhadamente. Os motores/geradores estão sempre ativos, tracionando o carro, auxiliando o motor à combustão a tracionar o carro ou gerando energia para as baterias.
O motor à combustão é desativado quando há carga na bateria e pouca velocidade, deixando o carro em modo 100% elétrico, porém, por pouco tempo, pois a bateria tem apenas 1,3 kWh.
Se as baterias estão com baixa carga, o motor à combustão traciona o carro e os geradores, para que eles enviem energia às mesmas.
Todo este processo ocorre continuamente e, praticamente, de forma imperceptível. Apenas a ativação do motor à combustão é ouvida em algumas situações.
Desempenho
O Corolla Cross Hybrid é um SUV focado na economia de combustível. Seu desempenho é compatível com seu uso familiar, garante segurança em uma condução responsável, mas está longe de ser esportivo, comportamento que as versões 2.0 entregam melhor.
Usando o modo Sport, acelerando ao máximo, todo o conjunto trabalha para o carro entregar o maior desempenho possível.
Como não existem marchas, o sistema deixa a rotação do motor à combustão elevada, mesmo com os motores elétricos auxiliando no deslocamento, característica semelhante ao funcionamento dos câmbios CVT mais antigos.
Realmente, o Corolla Cross Hybrid é um modelo econômico, ideal para ser conduzido suavemente.
Além da boa eficiência energética, por não ter altura do solo muito maior que o sedan, o Corolla Cross é mais estável e mais confortável do que os outros utilitários mais altos.
Por outro lado, o SUV da Toyota não tem aptidão para o fora de estrada e, no máximo, supera rampas e lombadas com mais dignidade do que o sedan.
Consumo
A modernidade do conjunto motriz resultou em ótimas médias de consumo para um SUV médio, relativamente pesado, 1.450 kg, e usando apenas etanol no tanque.
Circulando em faixa litorânea, o calor da região exigiu muito do ar-condicionado, condição que ativa o motor à combustão com maior frequência.
Mesmo assim, o consumo urbano foi muito bom, variando entre 9 e 11 km/l, dependendo do fluxo do trânsito.
Em circuito misto de 166 km, pegando trânsito urbano na saída e na entrada entre duas cidades, e alguma lentidão na estrada, o consumo foi ainda mais surpreendente.
Registramos 19,5 km/l. Considerando apenas estradas, em três viagens menores, as médias variaram um pouco, entre 15 e 17 km/l.
O sistema híbrido autônomo do Corolla Cross atende melhor a uma faixa mais ampla de consumidores, pois não exige um ponto de recarga externa, como os SUVs híbridos plug-in, modelos mais comuns na concorrência.
Com essa vantagem, e a tradicional qualidade Toyota, o Corolla Cross XRX Hybrid é uma ótima opção de SUV médio híbrido, pois entrega os principais equipamentos tecnológicos existentes nestes modelos e seu valor está abaixo ao do cobrado por eles.