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Teste compara emissões entre carros elétricos, a álcool e a gasolina
10/05/2023
Fonte Mobilize Brasil / Motor 1 Uol
O caminho para a descarbonização pode ser bem diferente dependendo do local. A Europa, por exemplo, tem planos de vender só carros elétricos a partir de 2035 e abriu uma exceção para os veículos que utilizarem somente combustíveis sintéticos. Aqui no Brasil, ainda não há uma meta, mas algumas fabricantes defendem o etanol como uma solução mais rápida, mesmo que seja totalmente limpa. Para a Stellantis, grupo que reúne as marcas Chrysler, Citroën, Fiat e Jeep, o biocombustível é uma maneira de acelerar a descarbonização no país, mas não irá substituir o elétrico no longo prazo.
Para justificar esta posição sobre o etanol, a Stellantis se uniu à Bosch para realizar testes dinâmicos com veículos que utilizam quatro fontes de energia diferentes, para mensurar a emissão total de CO2. A escolha foi usar automóveis a gasolina (E27), etanol (E100) e dois elétricos, um abastecido com energia europeia e outra com energia brasileira – a diferença entre as duas está no quanto de CO2 é produzido para gerar a eletricidade necessária para o carro rodar todo o trajeto.
O teste feito em um simulador colocou os veículos para rodarem 240,49 km, medindo as emissões de CO2 (ou CO2 equivalente no caso dos elétricos):
Combustível | Emissões |
Gasolina (E27) | 60,64 kg CO2eq |
100% elétrico (BEV) com energia europeia | 30,41 kg CO2eq |
Etanol (E100) | 25,79 kg CO2eq |
100% elétrico (BEV) com energia brasileira | 21,45 kg CO2eq |
Desta forma, a Stellantis acredita que o etanol é uma solução regional de fácil acesso e que exige um investimento menor, por ser uma tecnologia desenvolvida ao longo de quatro décadas. Por outro lado, a fabricante deixa claro que não vê o etanol como uma resposta final. O biocombustível ainda emite CO2 na queima como combustível e também na produção, e cerca de 70% a 80% do gás poluente é absorvido pela cana-de-açúcar. E, atualmente, existem empresas, governos e ONGs que já defendem um passo à frente da neutralidade de carbono, buscando formas de ser carbono zero (ou seja, não emitir CO2 de forma alguma). Isto é algo que o etanol não consegue resolver.