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Transpetro inaugura usina solar para abastecer todo seu terminal de Guarulhos
03/04/2024
A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes, inaugura, nesta quarta-feira (3), uma usina solar fotovoltaica com capacidade máxima de 2,8 MW (megawatts) para abastecer todo o seu terminal de Guarulhos (SP).
A instalação dos painéis solares inicia o projeto da empresa de prover energia renovável para seus terminais.
A usina produzirá energia suficiente para atender as bombas dos dutos de entrega de combustíveis para as distribuidoras e de querosene de aviação para o aeroporto de Guarulhos.
A eletricidade produzida também abastecerá a base de carregamento rodoviário da Transpetro – a maior do Brasil. Parte desse combustível vai para Congonhas e Campo de Marte, em São Paulo, e Viracopos, em Campinas.
A geração de energia da usina é na ordem de 10% a mais do que o consumo das instalações. O excedente produzido pelos painéis solares poderá gerar ganhos financeiros para outros terminais da empresa localizados na área de concessão da EDP, distribuidora de energia na cidade.
A medida é possível porque a legislação permite que uma empresa que adere ao modelo de geração distribuída pode gerar energia para outra unidade que não seja aquela onde estão instalados os painéis.
Usina solar vai gerar economia de R$ 1,8 mi por ano
De acordo com a Transpetro, a usina solar instalada nesta quarta reduzirá em 84% a conta de energia do terminal já no primeiro mês. A economia anual prevista é de aproximadamente R$ 1,8 milhão. O investimento foi de R$ 12 milhões.
Ao todo, foram instalados mais de 5.000 módulos fotovoltaicos, em uma área de 33 mil metros quadrados. Em comparação, a geração de eletricidade dessa usina seria capaz de abastecer 600 residências.
A empresa estima que a geração de energia vai evitar a emissão de 246 toneladas por ano de gases de efeito estufa.
“Toda a energia consumida pelo nosso terminal será distribuída pela geração da usina solar. Isso é diferente das demais [empresas], onde é muito comum ter painéis solares para áreas administrativas, mas nesse caso a gente consegue gerar para todas as bombas e equipamentos que movimentam o nosso produto”, diz Márcio Guimarães, diretor de Dutos e Terminais da empresa.
A previsão é de que a usina comece a operar ainda em abril.
Próximos passos
O próximo passo da Transpetro, segundo Guimarães, é descarbonizar a operação do terminal de Coari, no Amazonas, onde a energia vem de geradores a diesel. Lá, a ideia é desenvolver até 2025 um sistema híbrido abastecido por energias solar e hídrica.
Além disso, a empresa cogita incluir baterias elétricas na operação – em Guarulhos as baterias não seriam necessárias porque, no momento em que as placas não estiverem gerando energia, a eletricidade virá da rede da distribuidora.
Apesar do ineditismo, a nova usina solar da Transpetro está longe dos projetos anunciados recentemente por empresas maiores, como a Vale e a própria Petrobras.
A primeira, por exemplo, instalou há dois anos usinas solares com potência instalada de 766 megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes. A usina da mineradora fica em Jaíba, no norte de Minas Gerais.
No caso da Transpetro, porém, a estratégia atual é criar pequenas usinas distribuídas por seus terminais (20 terrestres e 25 aquaviários).
“O terreno faz parte do custo de uma usina e, como temos muitas unidades, temos terreno disponível para construção. É diferente, portanto, de outras operações, que estão mais centralizadas”, diz Guimarães.
“Também há outras situações como essa de Coari, onde não há rede [de transmissão de energia]. Então lá vai ter de ser solução off grid [fora da rede]. Não adianta ter uma fazenda solar no Centro-Oeste, por exemplo, porque não vai haver linha de transmissão para chegar em Coari”, afirma. (Pedro Lovisi)