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Usos vão de refinaria de petróleo e siderúrgicas a combustível de avião
07/12/2023
Mais de 90% do hidrogênio usado hoje vem de combustíveis fósseis, com emissão de poluentes – o chamado de hidrogênio cinza. Quando a produção é via gás natural e há captura e armazenamento de carbono, é chamado de hidrogênio azul. Já o hidrogênio verde é obtido por meio da eletrólise da água, com energia limpa e renovável. Fonte de baixo carbono, o H2V pode ser utilizado em processos industriais como a produção de amônia, refinarias de petróleo e setores que demandam o gás para uso como matéria-prima, a exemplo das indústrias siderúrgicas.
A síntese de amônia, base para a produção de fertilizantes nitrogenados, envolve a combinação de nitrogênio da atmosfera com hidrogênio, produção hoje feita em sua maior parte a partir de gás natural ou de outras fontes fósseis. Uma alternativa seria a produção de amônia verde, com H2V.
Outra possível aplicação do hidrogênio limpo está na indústria de aviação. Países como a Alemanha discutem o uso obrigatório a partir da próxima década de combustíveis renováveis por aviões. O combustível sustentável para aviação (SAF, sigla em inglês), pode reduzir a emissão de CO2 entre 70% e 90%, em comparação com o querosene de aviação utilizado hoje. Usar H2V para fomentar o SAF seria uma forma de reduzir ainda mais a pegada de carbono. O combustível sustentável para aviação pode ser produzido a partir de diferentes matérias-primas, como biomassa, óleo de cozinha usado, resíduos urbanos, gases residuais e resíduos agrícolas.
O H2V também tem atraído a atenção da siderurgia. Empresários preveem que o hidrogênio verde possa substituir o carvão no processo de fabricação do aço. A versatilidade de aplicações, porém, esbarra em custo e logística, questão que especialistas apontam como fundamental para que o Brasil seja competitivo. O transporte do H2V pode ser feito de três principais formas: como gás (comprimido), liquefeito ou através de um outro produto químico, como amônia ou metanol. A exportação poderá ser facilitada por navios, por isso o interesse de portos brasileiros.