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Vibra prioriza renovar marca BR, mas já tem seu ‘plano B’
30/08/2024
O presidente da Vibra, Ernesto Pousada, afirmou que a empresa tem como prioridade renovar a marca Petrobras na rede de postos de combustíveis. Segundo o executivo, pesquisas internas apontam maior aproximação do consumidor de postos da Vibra com a marca BR, especialmente em segmentos como lojas de conveniência (BR Mania) e troca de óleo (Lubrax).
O desfecho, porém, depende de conversas com a estatal. Caso a distribuidora não consiga renovar o contrato de uso da marca BR nos mais de 8 mil postos da rede, o plano B será desenvolver a marca Vibra, um movimento já experimentado por outras empresas, observou. “Depende das duas partes desenvolver a discussão nos próximos poucos anos. A Vibra quer [renovar], mas dentro de determinadas condições”, disse Pousada, durante o Vibra Investor Day, na quinta-feira (29).
O contrato de uso da marca BR pela Vibra tem prazo de dez anos e se encerra em 2029. Procurada, a Petrobras não comentou.
Pousada afirmou que parte da estratégia de crescimento da Vibra será por meio de aumento das vendas de lubrificantes para o mercado internacional, especialmente para a América Latina, onde a companhia ainda não é tão presente. A posição de mercado da empresa nesse mercado ainda é muito pequena, com espaço para crescimento até se tornar líder regional, disse o executivo durante o evento.
O começo da internacionalização, acrescentou a vice-presidente de negócios, produtos e marketing da Vibra, Vanessa Gordilho, será a partir do sul da América do Sul, nos seis países onde a empresa já possui bases e atuação. “Não será do zero e não exige muito esforço”, disse Gordilho.
De acordo com Pousada, os últimos quatro trimestres foram dedicados pela companhia para “arrumar a casa”. Além disso, o executivo ressaltou que a empresa vai prosseguir com a preparação de processos internos e de gestão para um novo ciclo de crescimento que, segundo ele, virá nos próximos anos.
Outro caminho de expansão é a Comerc, cuja aquisição da participação remanescente de 50% foi anunciada na semana passada. Para isso, a empresa vai colocar em prática um plano de aproveitar R$ 1,4 bilhão em sinergias, que inclui refinanciamento de dívidas da empresa de energia, mais caras do que o custo médio do passivo da Vibra, entre outros pontos, destacou Clarissa Saddock, vice-presidente de energia renovável e ESG da empresa.
A Vibra também vê oportunidades na parceria firmada recentemente com o Itaú para comercialização de energia, especialmente por causa das perspectivas de abertura total do mercado nos próximos anos, e em projetos na gaveta, de micro e minigeração distribuída (GD) e eficiência energética.
Em gás natural, disse Pousada, a empresa ainda não tem uma presença mais maciça e está buscando “ângulos certos” para ter acesso à molécula e avançar neste segmento, para complementar o portfólio de produtos para os clientes da companhia. No entanto, segundo o executivo, a empresa “não tem paixão de estar no gás natural” e qualquer movimento será feito com disciplina de capital. Pousada afirmou ainda que a Vibra projeta um crescimento de 15% no mercado de combustíveis líquidos até 2030.
