Postos de combustíveis usados pelo PCC movimentaram R$ 5 bilhões em 3 Estados, aponta investigação

11/06/2025

Fonte: Fecombustíveis

Postos de combustíveis usados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) no Piauí, Maranhão e Tocantins para lavagem de dinheiro movimentaram R$ 5 bilhões nos três Estados, de acordo com investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Piauí (MP-PI).

Uma operação foi deflagrada nesta quarta-feira, 5, para cumprir mandados de busca e apreensão em casas e empresas de investigados. Além disso, 49 postos de combustíveis foram interditados em 16 cidades:

  • Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira, no Piauí;
  • Peritoró, Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão;
  • e São Miguel do Tocantins, no Tocantins.

De acordo com as investigações, foram constatados indícios de que o grupo utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro de origem ilícita, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio.

O grupo comprava postos locais por meio de empresas de fachada. Ao menos 70 CNPJs foram utilizados direta ou indiretamente. Depois, os investigados substituíam a bandeira comercial sem que a alteração fosse formalizada.

Eles criavam fundos e holdings para mascarar os beneficiários finais e blindar o patrimônio. Os investigadores descobriram movimentação financeira atípica por meio de fintechs e contas interligadas. Além disso, havia a adulteração de combustíveis e emissão de notas fiscais sobrepostas, garantindo lucro duplo: pela fraude comercial e na lavagem de dinheiro.

“Essa infiltração do PCC no sistema de combustíveis trouxe um desequilíbrio para os consumidores, que tinham, diariamente, prejuízos com a chamada ‘bomba baixa’, com alterações qualitativas por meio da adição de álcool ou outros aditivos ao combustível”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas.

Segundo ele, o esquema também impactava outros postos de combustíveis em razão da concorrência desleal e a Receita Federal por ter deixado de arrecadar. “Essa operação mostra que o crime organizado encontra forte resistência nas autoridades locais”, disse o secretário.

O promotor de Justiça José William Pereira Luz, que atua como subcoordenador do Gaeco-PI, explicou que os criminosos estão expandindo as atividades para lavagem de dinheiro. “Pega-se aquele capital inicial que é gerado pelo narcotráfico e ele é jogado em atividades lícitas, principalmente em três áreas: distribuição de medicamentos, construtoras e postos de combustíveis”, afirmou.

A investigação nos três Estados contou com a colaboração do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que compartilhou informações da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto deste ano.

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