Trabalhadores da Petrobras aprovam greve a partir de segunda (15)

11/12/2025

Fonte: Folha de S. Paulo

Contraproposta da estatal para o acordo coletivo foi considerada insuficiente; empresa diz trabalhar por um novo acordo

  • Paralisação envolve demandas sobre plano de equacionamento da Petros, reajuste e plano de carreira

Trabalhadores vinculados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) aprovaram nesta quarta-feira (10) uma greve nacional a partir da 0h de segunda-feira (15). A decisão ocorre após a Petrobras apresentar uma contraproposta para o ACT (acordo coletivo de trabalho) considerada insuficiente pelos petroleiros.

Os sindicatos irão notificar a empresa sobre a paralisação na sexta-feira (12). Segundo a FUP, as votações continuam até esta quinta-feira (11), mas as aprovações já são suficientes para deflagrar a greve.

Também está prevista uma vigília de aposentados e pensionistas em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, nesta quinta.

Procurada, a Petrobras afirmou manter um canal permanente de diálogo com as entidades sindicais, independentemente das manifestações públicas realizadas, e disse esperar concluir um novo acordo.

A estatal também declarou respeitar o direito de manifestação dos empregados e que, caso necessário, “adotará medidas de contingência para garantir a continuidade de suas atividades”.

Para a FUP, a contraproposta da Petrobras não atende os três eixos aprovados pela categoria: a retomada de direitos retirados em gestões anteriores, distribuição mais justa dos resultados da companhia e o fim dos PEDs (Planos de Equacionamento de Déficit) da Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal.

A entidade também critica o reajuste proposto de 0,5% acima da inflação, abaixo do concedido por outras estatais. A Petrobras ofereceu pagar a reposição da inflação do período (de setembro a outubro do ano passado), mais o ganho real de 0,5%, totalizando 5,66%. Os trabalhadores pediam 9,8%, para recompor os anos em que não houve reajuste.

Sindicatos vinculados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), outra federação que representa trabalhadores do setor, decidirão, até quinta, se aderem à paralisação.

A FUP representa em torno de 25 mil empregados e opera 61% das unidades da Petrobras, enquanto a FNP opera 80% da extração de petróleo do país e representa mais de 50 mil trabalhadores.

Segundo a FNP, as negociações com a Petrobras somam 103 dias e não houve avanço quanto ao trabalho remoto ou melhorias para aposentados e pensionistas. “Por isso, a FNP mantém o indicativo de greve”, afirmou o secretário-geral da entidade, Eduardo Henrique.

A última paralisação da categoria ocorreu em março deste ano, com duração de 24 horas. Os trabalhadores criticavam a redução dos dias em home office e diminuição da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e cobravam a contratação de funcionários, criação de plano integrado de carreiras e melhores condições para prestadores de serviços.

Notícias Relacionadas

|
12 dezembro
O cenário global de transição para os carros elétricos sofreu uma reviravolta significativa em 2025
|
12 dezembro
O fim da escala 6x1 requer muito diálogo para que a medida seja validada no Congresso em 2026
|
12 dezembro
Os preços do petróleo operaram em forte queda nesta quinta-feira (11).
|
11 dezembro
Texto aprovado limita o trabalho diário a 8 horas.