Carros elétricos modernos quase não exigem troca de bateria, mostra estudo

24/11/2025

Fonte: insideevs

Os fatos são claros: você não deveria se preocupar com trocas de bateria em carros elétricos
Novas pesquisas mostram que é extremamente incomum precisar substituir a bateria de um carro elétrico moderno.

Muita gente ainda se preocupa com a durabilidade das baterias de veículos elétricos. Mas estudos recentes indicam que as baterias atuais raramente apresentam falhas. Segundo a Recurrent, apenas 0,3% das baterias de EVs vendidos após 2022 tiveram que ser trocadas — excluindo grandes campanhas de recall.

Um dos maiores receios de potenciais compradores é: “Quanto tempo essa bateria vai durar?” Esse medo é compreensível. A maior parte das pessoas associa baterias de íon-lítio às de celulares e laptops, que em poucos anos já não seguram mais carga. E ninguém quer comprar um carro de R$ 200 mil cujo componente mais caro pode falhar depois de pouco tempo.

Mas carros elétricos não são iPhones. Uma nova pesquisa da startup Recurrent, que monitora a saúde de baterias de EVs, mostra que baterias modernas têm probabilidade extremamente baixa de falhar. Além disso, a tecnologia só vem ficando mais confiável — e deve continuar evoluindo.

“É muito raro que você precise substituir uma bateria”, disse Liz Najman, diretora de análises de mercado da Recurrent. Claro, defeitos isolados podem acontecer. “Mas, de forma geral, quando o carro está na rua e funcionando bem, não há grande motivo de preocupação.”

A Recurrent utiliza dados de telemetria de milhares de veículos elétricos para estimar a saúde das baterias. Para identificar substituições, a empresa analisou saltos anormais na autonomia e reparos reportados pelos próprios donos.

No total, menos de 4% dos proprietários da comunidade da Recurrent tiveram uma bateria substituída — excluindo novamente os casos de recall, como os do Chevrolet Bolt e do Hyundai Kona. Ou seja, apenas substituições ocasionadas por defeitos aleatórios, envelhecimento ou danos físicos.

A empresa também segmentou os dados por geração de veículos, e os resultados seguiram um padrão natural: EVs mais antigos têm muito mais chance de precisar de uma troca, tanto pelo desgaste acumulado quanto por utilizarem tecnologias mais rudimentares.

Modelos vendidos entre 2011 e 2016, como o primeiro Nissan Leaf, tiveram taxa de substituição de 8,5%. O Leaf, por exemplo, não tinha resfriamento ativo da bateria, o que acelerava a degradação. Além disso, fabricantes ainda estavam aprendendo a produzir baterias em larga escala.

A geração seguinte apresentou melhora significativa. “Quando você entra na segunda geração — como Chevrolet Bolt e os primeiros Tesla Model 3 —, a tecnologia já havia evoluído muito, e isso aparece na queda da taxa de substituições”, afirma Najman. Apenas 2% dos EVs vendidos entre 2017 e 2021 tiveram suas baterias trocadas (novamente, sem contar recalls).

Nos veículos vendidos a partir de 2022, a taxa cai para 0,3%. E, segundo Najman, dessas substituições, praticamente todas se devem a defeitos de fabricação — e não à perda de capacidade por rodar muitos quilômetros, que é o que mais preocupa consumidores.

Parte dessa diferença se deve ao fato de os modelos mais recentes terem menos tempo de uso. Mas a razão principal é que eles contam com tecnologias melhores. Sistemas de gerenciamento térmico mais eficientes protegem a bateria de extremos de temperatura sem desgastá-la desnecessariamente. Além disso, muitos EVs agora pré-condicionam a bateria automaticamente quando o motorista coloca o destino em um carregador. No geral, a Recurrent estima que os EVs atuais não deverão apresentar problemas sérios por pelo menos 15 anos. E mesmo quando há falhas, o consumidor nem sempre arca com os custos: defeitos iniciais são cobertos pela garantia, e é padrão que fabricantes substituam baterias que perdem 30% ou mais da capacidade original. As garantias normalmente duram 8 anos ou 160.000 km (100.000 milhas), e algumas marcas oferecem prazos ainda maiores.

Além disso, o preço das baterias caiu de forma acentuada na última década e segue diminuindo com o aumento da escala de produção. Daqui a cinco ou dez anos, trocar um conjunto de baterias poderá ser um processo menos traumático — e talvez até comparável a qualquer outro reparo importante.

“Os fabricantes realmente descobriram como manter as baterias de íon-lítio seguras e funcionando bem”, diz Najman.

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