A queda do preço do petróleo nesta semana ampliou a diferença entre o preço do diesel no mercado internacional e o valor cobrado nas refinarias da Petrobras. O combustível está há 200 dias sem reajuste pela estatal e registrou, no fechamento de quinta-feira, 20, defasagem de até 18% em relação ao preço praticado no Golfo do México, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Para atingir a paridade de importação, a Petrobras poderia elevar o diesel em R$ 0,56 por litro, avalia a Abicom, considerando a média da defasagem de todas as refinarias da estatal, de 16%. As maiores defasagens foram registradas nos polos de importação de Paulínia e Araucária, de 18%, seguidas por Suape, com 17%. A empresa detém 80% do mercado de refino do país.
Nesta semana, a diferença do preço do diesel chegou a 24% nas refinarias da estatal, que afirma evitar repassar aos preços internos a volatilidade das cotações internacionais. A empresa abandonou a política de paridade de importação (PPI) em maio de 2023 e adotou uma estratégia comercial bem-sucedida, que considera o menor preço a que aceita vender seus produtos e o maior valor que o cliente está disposto a pagar.
Já a Refinaria de Mataripe, na Bahia, responsável pelo abastecimento de 14% do mercado brasileiro de combustíveis, pratica o PPI com reajustes semanais. Na última quarta-feira, 19, aumentou o diesel em R$ 0,07 por litro, registrando defasagem de apenas 4% em relação ao mercado externo.
Gasolina
A gasolina das duas empresas está com os preços praticamente alinhados ao mercado internacional, informa a Abicom, com média apenas 2% acima das cotações externas, o que poderia levar a nova queda de R$ 0,05 por litro.
Após 328 dias sem reajuste, a Petrobras reduziu a gasolina em 21 de outubro deste ano em 4,9%. Na última quarta-feira, a Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do fundo árabe Mubadala no Brasil, cortou o preço da gasolina em R$ 0,02 por litro.
Autor/Veículo: O Estado de São Paulo





