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‘Não dá para levar receita pronta de uma empresa para outra’
11/11/2024
“Na carreira, não tem coisa certa ou errada. Eu acho que é [uma questão de] você entender o que te motiva, o que te faz feliz, o que te faz acordar todo dia [e a partir disso fazer as escolhas]”. O recado é de Ernesto Pousada, CEO da Vibra e convidado do podcast CBN Professional esta semana. Em depoimento a Stela Campos, editora de Carreira do Valor, e Juliana Prado, da “CBN”, ele diz que sempre foi uma pessoa muito movida a desafios, desafios grandes, e por isso, depois de 15 anos na multinacional do setor químico Dow, escolheu migrar para a indústria de papéis Suzano. “Eu olhava para mim, para dentro, e falava, puxa, eu queria tanto conhecer a cultura de outra empresa. Eu tinha uma inquietude de trabalhar em uma empresa brasileira.”
Na Dow, Pousada atuou 11 anos no Brasil, 3 nos Estados Unidos e 2 na Suíça, o que lhe deu “um background muito interessante de conhecer culturas, uma diversidade diferente, conhecer outros países”.
A mudança para a Suzano, ele conta, moldou o profissional que é hoje. “Porque eu estava estável, uma supercarreira na Dow, projeção internacional, tudo mais ou menos escrito para dar certo, e essa minha inquietude me fez pular em uma piscina meio de qualquer jeito, na emoção.”
Na época, em 2004, o convite veio de David Feffer, membro da terceira geração de acionistas da Suzano. “Me encantei com essa oportunidade de crescer, de me desenvolver, de conhecer uma cultura nova”, diz. Pousada conta que ficou 11 anos na Suzano, e que a empresa multiplicou seu tamanho cerca de 10 vezes nesse período.
Ao ingressar na Suzano, Pousada mudou de área, deixou o comercial da Dow para atuar em operações. “Era uma área que eu não tinha tanta experiência, então mudei de setor, mudei de área, e isso me trouxe uma aprendizagem bastante grande”. Para ele, a combinação dessas duas experiências o preparou para o futuro.
Na VLI ele passou a se reportar para um conselho diretamente – o que não acontecia na Ingredion. “Teria ainda mais liberdade de atuação”, diz. Ali ficou até 2023, quando assumiu a Vibra, de distribuição de combustível – mais um novo setor em sua carreira. A dica dele? “Entrar e saber que você tem que fazer mais perguntas do que sair dizendo como vai ser”, afirma. “O respeito ao conhecimento técnico das pessoas, a humildade de fazer as perguntas, entender que você ainda não sabe nada daquele setor. E como é que eu me preparo? Estudando bastante. Estudar muito, ouvir muito as pessoas que conhecem o setor, ouvir uma diversidade de opiniões.”
Segundo ele, “não dá para levar receita do bolo pronta de uma empresa para outra”. “Você pode até ter um ‘modus operandi’, que obviamente sou eu, mas não é uma receita do bolo, não é a mesma. Então, é você identificar quais são as receitas, as alavancas de valor e rapidamente atuar nelas.”
Ao longo do podcast, Pousada explica sobre seu papel na Vibra, o modelo de gestão que vem implementando nos últimos 18 meses e a criação de uma vice-presidência de pessoas e tecnologia. “Eu vejo uma conexão muito grande entre tecnologia e gente, principalmente do ponto de vista de cultura [organizacional], do que a gente está buscando”, comenta. “Porque a cultura, obviamente, é a grande sustentação, é o grande pilar que sustenta a estratégia da companhia no longo prazo.”
O executivo também aborda o tema da transição energética, descarbonização e aquecimento global. É possível ouvir o podcast na íntegra no site da “CBN” e nas principais plataformas de streaming, como Spotify e Apple Podcasts, ou assistir o episódio em vídeo no YouTube do Valor.