Os preços do petróleo subiram fortemente nesta segunda-feira (8), depois que um grupo de oito países produtores de petróleo anunciou no domingo (7) que aumentaria a oferta.
Os países, liderados pela Arábia Saudita, disseram em um comunicado que aumentariam a produção em 137 mil barris por dia, a partir de outubro.
Embora o novo aumento planejado represente apenas uma fração de 1% da oferta global, ele envia um forte sinal de que os produtores mudaram para uma nova abordagem após restringirem a produção nos últimos anos.
Os preços do petróleo Brent subiram cerca de 1,5% nas negociações desta segunda para US$ 66,52 por barril na Intercontinental Exchange.
“O pensamento é que, na verdade, ser ousado tem sido uma estratégia bem-sucedida até agora este ano”, disse Richard Bronze, chefe de geopolítica da Energy Aspects, uma empresa de pesquisa em Londres.
Os oito países, todos membros do cartel OPEP+, concluíram a reversão de um pacote de cortes de produção. Agora, estão começando a desmantelar outro que foi acordado em 2023.
Em um comunicado no domingo, os países, incluindo Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã, disseram que o petróleo no segundo pacote de cortes —1,65 milhão de barris por dia— “pode ser devolvido em parte ou totalmente, sujeito às condições de mercado em evolução”.
Um terceiro conjunto de cortes de 2 milhões de barris por dia também permanece em vigor.
Ultimamente, o alívio das reduções de produção parece aumentar a confiança no mercado de petróleo em vez de prejudicá-lo.
Reverter os primeiros cortes “foi um passo muito ousado, mas revelou muitas informações”, disse Paul Horsnell, analista independente e presidente do conselho de governadores do Oxford Institute for Energy Studies, em um podcast recente.
Entre essas percepções está que pode haver menos capacidade para aumentar a produção de petróleo do que se pensava anteriormente, enquanto a demanda pelo combustível pode ser mais resiliente.
Em março, os sauditas e seus aliados decidiram seguir em frente com os aumentos, apesar da incerteza sobre a economia global devido às guerras comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump.
Manter-se nas boas graças de Trump, que quer preços mais baixos de gasolina para os motoristas americanos, provavelmente desempenhou um papel em seus cálculos, dizem os analistas.
Uma razão pela qual os preços não colapsaram é que os aumentos reais acabaram sendo substancialmente menores do que os 2,5 milhões de barris por dia anunciados.
A Energy Aspects estima que, por exemplo, o grupo liderado pela Arábia Saudita está produzindo apenas cerca de 1,7 milhão de barris por dia a mais em setembro do que estava em março.
Essa deficiência na nova oferta parece ter aliviado os temores dos comerciantes de que milhões de barris adicionais de petróleo pudessem inundar o mercado.
O principal beneficiário dos aumentos tem sido a Arábia Saudita, que respondeu por 70% da produção adicional de petróleo bruto pelo grupo de abril a julho, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
