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Elétrico Chevrolet Spark vai bem na cidade e repete receita de concorrentes chineses; veja teste
16/09/2025
Motor flex ou a bateria? Essa é a dúvida que Santiago Chamorro, presidente da General Motors para a América do Sul, quer colocar na cabeça dos consumidores da marca Chevrolet com o lançamento do Spark EUV.
“Como o preço é similar ao do Tracker, o cliente poderá entrar em uma concessionária e optar por um modelo a combustão ou um elétrico”, disse o executivo durante o lançamento do novo modelo, que custa R$ 159.990.
Mesmo importado da China, o SUV elétrico tem preço próximo ao do Tracker LT (R$ 154.090), que é produzido em São Caetano do Sul (ABC). O Spark é movido por um motor de 101 cv e bateria de 42 kWh, enquanto o SUV tradicional traz o 1.0 turbo flex de 115 cv sob o capô.
As novidades fazem parte do investimento de R$ 7 bilhões que a marca destina para o mercado brasileiro até 2028. Chamorro não detalhou quanto desse valor será consumido com a importação e a iminente nacionalização do Spark.
O executivo afirmou que a montagem do modelo —inicialmente no sistema SKD, em que o veículo chegará da China semidesmontado— terá início ainda em 2025 na mesma fábrica em que a Ford produziu o Troller, na cidade de Horizonte (CE). A operação será executada pela Comexport.
Nos cálculos da GM, o segmento de carros elétricos deve superar as 70 mil unidades e alcançar 3,6% de participação em 2025 apenas entre os veículos de passeio. A montadora espera vender 400 exemplares por mês.
O primeiro contato ao volante com o modelo foi pelas avenidas do Distrito Federal. A experiência revelou um carro condizente com sua proposta urbana, a começar pela autonomia: são 258 quilômetros no padrão Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). É suficiente para deslocamentos diários, mas arriscada para viagens mais distantes.
O modelo segue a receita dos elétricos chineses, com muitos itens de série a preço razoável. Porém, um item trivial faz falta. Não há ajuste de profundidade da coluna de direção, o que de certa forma corrobora sua proposta de deslocamentos curtos, sem compromisso com uma posição de guiar mais confortável e precisa.
Apesar da longa lista de equipamentos, um item trivial faz falta. Não há ajuste de profundidade da coluna de direção, o que de certa forma corrobora sua proposta de deslocamentos curtos, sem compromisso com uma posição de guiar mais confortável e precisa.
Mas o carro é dócil no tato, e toda a relação do motorista com elementos da cabine agrada. Há 28 porta-objetos. Alguns ficam mais próximos do assoalho, tirando da vista celular e carteira.
O painel digital e a central multimídia com tela de 10,1 polegadas oferecem informações diretas, mas soam genéricos, entregando a ascendência das chinesas SAIC e Wuling, parceiras da GM no desenvolvimento do Spark EUV.
De série, há seis airbags, banco do motorista com ajustes elétricos, freio de estacionamento eletrônico com assistente de partida em rampa, câmera 360°, bancos forrados de material similar ao couro, sensores de chuva e crepuscular e faróis com comutação automática entre luz baixa e alta.
Alguns recursos se destacam, como o ar-condicionado digital com ajustes programáveis. No modo “Chuva”, o fluxo de ventilação é direcionado com maior intensidade para os vidros, evitando o embaçamento.
Outro modo é para quem fuma enquanto dirige. Ao ser acionado, aumenta automaticamente a ventilação e abre dois dedos das janelas dianteiras.
Com 4 metros de comprimento, 1,76 m de largura e 2,56 m de distância entre os eixos, o compacto elétrico da Chevrolet teria vantagem sobre o hatch BYD Dolphin, seu principal concorrente em preço, por ser um SUV. Esse tipo de carroceria tornou-se a mais desejada pelos consumidores.
Mas o BYD é maior, com 4,12 m de comprimento, 1,77 m de largura e 2,70 m de entre-eixos. O novo modelo da Chevrolet, contudo, é superior no porta-malas: são 355 litros ante os 250 litros do Dolphin.
Em agosto de 2024, durante a apresentação do Blazer EV, Santiago Chamorro disse que a TV não matou o rádio e a internet não matou a TV, defendendo a tese de que modelos a combustão e eletrificados podem coexistir. É o que Tracker e Spark tentarão provar.
