O preço do etanol hidratado nos postos de combustíveis de Minas Gerais tem ficado abaixo dos 70% em relação à gasolina comum nas últimas semanas. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que, na semana de 22 a 28 de junho, por exemplo, o valor médio do biocombustível estava em R$ 4,23 por litro, enquanto o combustível fóssil era vendido a R$ 6,18 o litro – ou seja, paridade de 68,44%.
O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), Mário Campos, destaca que essa é uma oportunidade para os consumidores aliviarem o bolso ao abastecer. Ele aponta que também é uma chance de contribuir com a descarbonização do meio ambiente, já que o etanol é um combustível limpo e renovável.
Conforme pontua o executivo, de janeiro a maio deste ano, ante igual intervalo de 2024, as vendas de etanol em Minas Gerais recuaram 13,3%, segundo a ANP. Enquanto isso, no Brasil, a comercialização caiu apenas 2,3%. A discrepância levou a entidade a observar que a paridade de preço entre o biocombustível e a gasolina estava acima dos 70%, sobretudo na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – maior consumidora do Estado.
Campos ressalta que esse cenário resultou em clientes optando por comprar o combustível fóssil. Entretanto, no momento, com a relação favorável ao etanol e uma diferença de valor, em termos absolutos, de cerca de R$ 2, a expectativa é de que o consumo do biocombustível volte a crescer, impulsionado, em especial, pela demanda na Grande BH.
“Esse é o período do ano em que estamos em safra [da cana-de-açúcar, entre abril e novembro], e normalmente há maior oferta e preços mais estáveis no produtor. Então, esperamos que o consumo [de etanol nos postos de combustíveis] aumente nas próximas semanas [em Minas Gerais], especialmente pelo impulso da região metropolitana, que tem agora essa percepção de preço mais competitivo [em relação à gasolina]”, projeta.
“A tendência é termos uma elevação no volume de vendas. Mantendo essa relação favorável, com certeza o consumidor responde abastecendo o veículo com mais etanol”, diz.
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Paridade já era favorável há algum tempo em outras regiões do Estado
Embora abastecer com etanol nos postos de combustíveis da RMBH tenha voltado a ser vantajoso nas últimas semanas, a paridade de preço com a gasolina já era positiva para o biocombustível em outras regiões do Estado há algum tempo, de acordo com o presidente da Siamig. Campos afirma que, por exemplo, em Uberlândia e Uberaba – as duas principais cidades do Triângulo Mineiro – isso já vinha acontecendo há vários meses.
“Mas a participação da região no consumo total de etanol no Estado não é tão grande quanto a da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está concentrada a maior parte da população mineira”, pondera. “Por isso, é importante ressaltar que está sendo percebida, após vários meses, essa relação pró-etanol [na Grande BH]”, reitera.
O executivo pontua que os postos de combustíveis e as distribuidoras são livres para estabelecer suas relações como quiserem, e a percepção da associação era de que, desde o ano passado, o mercado, principalmente o da RMBH, estava tentando vender mais gasolina, mantendo, assim, a paridade desfavorável ao etanol. Ele diz que, agora, observa-se uma predisposição do mercado em colocar o biocombustível em condições mais competitivas.
