Após iniciarem a sessão asiática em queda, os preços do petróleo esboçavam reação na manhã desta segunda-feira, repercutindo a decisão da aliança Opep+ de ampliar a produção em agosto acima do esperado, o que elevou os temores de desequilíbrio entre oferta e demanda.
Os mercados também seguem monitorando as tratativas comerciais dos Estados Unidos, após o presidente Donald Trump sinalizar que o prazo anteriormente estipulado para 9 de julho será adiado para 1º de agosto.
Às 8 h de Brasília, os contratos futuros do Brent para setembro se recuperavam 0,51%, cotados a US$ 68,65 por barril, enquanto os contratos do WTI (West Texas Intermediate) subiam 0,66%, para US$ 66,94 por barril.
Na semana passada, ambos os benchmarks acumularam alta entre 1% e 2%, recuperando parte das perdas superiores a 10% registradas na última semana de junho.
Oferta da Opep+ pressiona mercado global
No sábado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, a Opep+, comunicou que elevará sua produção em 548 mil barris por dia (bpd) em agosto, volume acima das estimativas mais recentes do mercado.
A medida provocou pressão imediata sobre os preços do petróleo, que já vinham operando sob volatilidade devido ao excesso de oferta em alguns mercados.
O novo patamar de aumento supera os ajustes anteriores de 411 mil bpd, válidos para maio, junho e julho, volumes que já representavam um ritmo de recomposição três vezes mais acelerado do que o previsto inicialmente pelo grupo.
A Opep+ indicou ainda que poderá aprovar outro incremento de 548 mil bpd em setembro, dependendo dos desdobramentos do mercado, decisão que será tomada na próxima reunião, agendada para 3 de agosto.
Com isso, o grupo dá continuidade ao processo de reversão dos cortes voluntários de 2,2 milhões de bpd adotados no início do ano por grandes produtores, como Arábia Saudita e Rússia, com o objetivo de conter a pressão vendedora no mercado internacional.
“Já era evidente que a Opep+ havia alterado sua postura de sustentação de preços para uma estratégia de defesa de participação de mercado. Esse novo ajuste confirma essa mudança de abordagem”, afirmaram analistas do ING em relatório.
“Uma oferta mais ampla tende a ampliar o excedente global até o fim do ano, o que fortalece o cenário de que ainda há espaço para correções nos preços do petróleo”, acrescentaram.
Adiar tarifas amplia incertezas sobre comércio global
O anúncio da Opep+ ocorre em um momento de fragilidade nas expectativas de crescimento em economias-chave como a China e diante de incertezas persistentes relacionadas à política comercial dos Estados Unidos.
No domingo, o presidente Donald Trump afirmou que Washington está próximo de formalizar diversos acordos comerciais e que começará a notificar os parceiros sobre os novos pacotes tarifários até 9 de julho. As tarifas revisadas, segundo ele, passarão a vigorar a partir de 1º de agosto.
A postergação do cronograma em três semanas amplia a indefinição quanto à real disposição do governo norte-americano de adotar novas barreiras comerciais em meio à desaceleração econômica.
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