Carlos Jacques ganha força em corrida pela presidência do Cade

10/06/2025

Fonte: Valor Econômico

Um integrante do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se movimenta nos bastidores e ganha tração nas últimas semanas na corrida pela presidência do órgão antitruste, que ficará vaga no próximo mês: o atual conselheiro Carlos Jacques, que é consultor de carreira do Senado, passou a ser cotado para o cargo, apurou o Valor.

No governo federal o nome mais consensual para assumir o comando da autarquia ainda é o do também atual conselheiro Victor Fernandes, que tem a chancela do Ministério da Justiça, pasta à qual o Cade é vinculado. Outros atores que também devem ter voz na escolha, como o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, ex-presidente do Cade, também têm simpatia pelo seu nome.

Carlos Jacques, por sua vez, tem proximidade com lideranças e com a cúpula atual do Senado, já que é consultor legislativo da Casa desde 2004. Ele chegou ao Cade no início do ano passado por indicação de Lula após seu nome ter sido sugerido pelo Legislativo.

O Cade é uma autarquia responsável por dar a palavra final em fusões bilionárias e por abrir investigações contra empresas sobre eventuais infrações à concorrência em toda a economia.

Fontes do Executivo avaliam, no entanto, que dificilmente haverá tempo para que o novo presidente do Cade assuma o órgão até 10 de julho, quando acabará o mandato de Alexandre Cordeiro na presidência do órgão.

A indicação para o comando do Cade, admitem integrantes do governo, entrará no impasse envolvendo outras agências reguladoras, que têm uma série de indicações pendentes para análise no Senado. O indicado ao comando do Cade também precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado com posterior chancela do plenário da Casa.

Dessa forma, membros do governo avaliam que o nome que comandará o Cade dependerá da composição política de outras vagas: caso o Senado consiga contemplar seus nomes em outras agências, a nomeação ao comando do Cade seria de escolha do governo — o que pesaria a favor de Fernandes, que tem também o apoio central do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de quem foi chefe de gabinete.

Por outro lado, caso o Senado não se sinta contemplado na escolha de cargos para outras agências, ganha força o nome de Carlos Jacques para a presidência do conselho de defesa da concorrência. Recentemente, o Valor mostrou que o governo queria evitar que o Cade fosse comandado ainda que de forma interina por Gustavo Augusto, conselheiro que foi escolha direta do Palácio do Planalto no governo Bolsonaro.

Mas fontes do governo já admitem que, diante do impasse e do calendário apertado, ele deve assumir o órgão interinamente, já que não deve haver tempo para que o novo indicado tome posse até o início de julho.

Todos os citados na reportagem foram procurados, mas não quiseram se manifestar.

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